Chá dos Avós
Foi muito chuvoso, o 29 de Novembro. Verdadeiro sábado de inverno, muito frio, a convidar a ficar em casa. Amanheceu tristonho, a prenunciar a continuação da choradeira da tarde anterior. A promessa se cumpriu. O céu chorou copiosas lágrimas, acentuadamente na segunda metade do dia. Estava agendado, para essa tarde, o Chá dos Avós. Apenas um pretexto dos nossos jovens para reunir os avós da igreja. Desejavam oferecer sua cooperação aos solitários, aos que vivem carentes de aconchego familiar e auxílio em áreas de necessidade, desde a prestação de serviços simples, para os quais lhes faltam prestadores, ao mero fazer companhia e proporcionar reconfortantes dedos de conversa. Não são poucos os que chegam à idade de avozinhos e se apanham solitários e carentes de alguém que os ajude a desenferrujar a língua, recordar bons tempos passados…, porque os filhos, comprometidos com as responsabilidades profissionais, andam o dia todo impedidos de lhes darem, nem que sejam escassos minutos, ou porque vivem algures, noutra parte do país. Juntos para inventariarem possíveis necessidades e utentes. Ser úteis, afinal, é o que querem estas meninas e rapazes. Querem mostrar-se amigos, compassivos e misericordiosos, querem andar nas pisadas do seu Amo e Senhor Jesus.
Mas o dia estava contra! E os avozinhos deixaram-se ficar em casa, receando o frio, o vento e a chuva. Apenas alguns avós, poucos, pais e netos vieram... Todavia, foi extraordinário!
Cantámos, brincámos, conversámos, ouvimos conselhos bons para a vida. Uma avozinha dissertou, em versos, sobre o Salmo 23. Aventaram-se algumas formas de intervenção. Serviu-se, finalmente, bom chá com bom acompanhamento e, melhor que tudo, ficámos todos felizes e decididos a continuar com o Chá dos Avós. Afinal de contas, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união foi a força motivadora disso tudo.
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