quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 5:1-9

        Este capítulo começa com ameaça aos Israelitas por porem laço ao povo, levando-os para a idolatria pelos seus sacrifícios e outros ritos em Mispá e Tabor, 1-5. Os seus sacrifícios, embora sumptuosos, declaram-se inaceitáveis, 6; e a substância deles é consagrada ao gafanhoto, 7. O julgamento não é para ficar por aqui. Implora-se às cidades de Judá, de uma forma muito animada, a que se preparem para a aproximação de inimigos. Benjamin é para ser perseguido; Efraim é para ficar desolado; e tudo isto é para se dar a conhecer a Israel, para que possam, pelo arrependimento evitar o julgamento, 8-9. Os versos a seguir contêm mais denúncias, 10-13, expressas em termos igualmente terríveis e sublimes, 14. O Senhor não aflige voluntariamente os filhos dos homens; Ele os visita com calamidades temporais para poder curar-lhes a doença espiritual, 15.
       
        1. Ouvi isto, ó sacerdotes. É instaurado um processo contra os sacerdotes, os Israelitas e a casa do rei; e eles são chamados a comparecer para se defenderem. A acusação é que eles têm posto laço ao povo, dado razão para eles praticarem a idolatria, tanto em Mispá como no Tabor. Mispá estava situada além do Jordão, nas montanhas de Gileade; veja Juízes 11: 29. E o Tabor era uma bela montanha na tribo de Zebulom. Diz-se de ambos estes locais que eram notáveis pela caça e, daí, a ocorrência natural das palavras laço e rede no discurso a respeito deles.
        2. Os rebeldes se aprofundaram na matança. Aqui pode estar uma referência à prática dos caçadores fazerem covas fundas no solo e colocarem-lhes uma leve cobertura por cima, para que os animais, não as descobrindo, pudessem cair nelas e ficarem presos. Embora eu os tenha repreendido. "Trarei castigo sobre todos eles."
        6. Eles irão com os seus rebanhos. Eles oferecerão muitos sacrifícios, declarando buscarem ao Senhor e se reconciliarem com Ele, mas não O acharão. Como eles ainda conservam o seu espírito de idolatria, Ele se afastou deles.
        7. Agora um mês os devorará. No prazo de um mês, o rei da Assíria estará sobre eles e os obrigará a comprar suas vidas e liberdade por uma penosa taxa de cinquenta siclos por cabeça. Manaem, rei de Israel, deu a Pul, rei da Assíria, esta quantia, 2 Reis 15: 16-20. Em vez de mês, alguns traduzem o original por "gafanhoto." "Os gafanhotos devorá-los-ão."
        8. Tocai a trombeta em Gibeá. Gibeá e Ramá eram cidades de Judá, na tribo de Benjamim. Após ti, ó Benjamim. Uma abrupta chamada de advertência. "Benjamim, foge pela tua vida! O inimigo está mesmo atrás de ti!” Esta é uma profecia da invasão pelos Assírios e do cativeiro das dez tribos.
        9. Entre as tribos de Israel torno conhecido. Eles têm sido suficientemente avisados; a culpa é só deles por não se terem dado por avisados.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

  Capítulo 4:12-18  

         12. A sua madeira. Eles consultam seus deuses de madeira. E a sua vara lhe declara. Eles usam a adivinhação por varas; ver Ezequiel 21.
        13. É boa a sua sombra. As suas “filhas cometeram prostituição e as suas esposas cometeram adultério." (1) As suas divindades eram adoradas com prostituição. (2) Eles bebiam muito no seu culto aos ídolos, v 11 e, assim, suas paixões se inflamavam. (3) Os bosques pequenos e densos eram favoráveis às práticas das prostituições e adultérios aqui mencionados. Em imitação a estes, algumas nações têm os seus jardins públicos.
        14. Não castigarei. "Por que haveríeis de ser mais feridos? Revoltar-vos-íeis cada vez mais.” Quando Deus, em juízo, remove as sentenças, o caso dessa gente é um caso perdido. Enquanto há esperança, há repreensão. Mesmos se desviam. Há uma referência aqui a certas orgias não deviam ser descritas. O estado das pessoas por este tempo deve ter sido abominável, além de qualquer precedente - animal, sensual, bestial, diabólico: mulheres consagrando-se para servir os seus ídolos na prostituição pública; pessoas desmembradas como os Galli ou sacerdotes de Cibele; homens e mulheres agindo de modo contrário à natureza; e todos juntando-se para praticar actos diabólicos.
        15. Não se faça culpado Judá. Israel era totalmente dissoluto; e Judá não era assim. Aqui ele é exortado a manter a sua integridade. Se o primeiro quiser ir para o que antes era Betel, a "casa de Deus," agora, Bete-Áven, "casa da iniquidade," porque Jeroboão estabeleceu ali os seus bezerros, não os imite Judá. Gilgal era o lugar onde a aliança da circuncisão foi renovada, quando o povo passou o Jordão; mas tornou-se vergonhoso com o culto de ídolos, depois de Jeroboão haver estabelecido a idolatria.
        16. Israel voltou para trás. Eles são intratáveis, como uma novilha ou boi não domados que puxam para trás, ao invés de se submeterem ao jugo. Os apascentará como a um cordeiro num lugar espaçoso. Uma espécie de ironia. Irás para a Assíria, e serás disperso entre as nações; podes divertir-te no extenso império, para onde vais ser levado em cativeiro.
        17. Efraim. As dez tribos. Deixai-o sozinho. Eles são incorrigíveis; deixai-os entregues às consequências da sua conduta corrupta.
        18. A sua bebida é ácida. Ou melhor, "Ele está perdido no seu vinho." As tentações da idolatria levaram-nos para longe. Seus príncipes amam com vergonha. Melhor, "têm amado a vergonha"; eles ufanam-se das suas abominações. Dai vós. Talvez seja melhor ler: "Os seus príncipes têm cometido, etc. Eles têm amado presentes. Que vergonha!"

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 4

        O profeta acusa o seu povo dos seus enormes pecados, 1-2; em consequência dos quais eles são ameaçados de julgamentos pesados, 3-5. O próprio Deus é, então, apresentado a queixar-se da ignorância e obstinação de Israel; e como os seus sacerdotes tinham uma grande parte na culpa comum, declara-se que serão visitados com uma quota proporcional da ruína comum, 6-11. Depois, os pecados de idolatria e adivinhação são particularmente reprovados, 12-14; e Judá é exortada a acautelar-se com esses pecados, que haviam de deixar sua irmã rebelde Israel desamparada e desolada como um cordeiro no deserto, 15-16. Nos versículos restantes, o estilo varia, mas o assunto é o mesmo. Efraim está entregue à idolatria e a consequência necessária declara-se ser uma seca amarga! Imediatamente vemo-lo atado nas asas de uma tempestade violenta e levado como palha diante do vento, ou para a destruição, ou para o cativeiro, 17-19.
        1. O Senhor tem uma contenda. O que podíamos chamar uma "acção judicial", na qual Deus é Autor e os israelitas, réus. É Jeová versus Israel e Judá.
        2. Sangue junta-se a sangue. Os homicídios não são só frequentes, pelo contrário, os assassinatos são recíprocos.
        4. Todavia, ninguém contenda. Ou: "Nenhum homem contende." Todos estes males proliferam em todas as direcções sem que alguém os condene, pois todos são culpados. Porque o teu povo é. O povo e o sacerdote são igualmente rebeldes contra o Senhor, tendo-se os sacerdotes tornado idólatras, exactamente como o povo. O Bispo Newcome traduz  assim esta parte: "E, como é a provocação do sacerdote, assim é a do meu povo."
        5. Por isso cairás de dia. Da forma mais evidente e pública. E o profeta também cairá... de noite. O falso profeta, quando ocupado em fazer prognósticos nas estrelas. Assim eu destruirei a tua mãe A metrópole ou cidade mãe. Tem-se em vista Jerusalém ou Samaria.
        7. Eu mudarei a sua honra em vergonha. Como os idólatras mudaram em Dan e Betel a Minha glória na figura de um boi que come erva (Romanos 1: 23), assim eu mudarei a sua honra em vergonha ou ignomínia.
        8. Comem do pecado do meu povo. Chattath, a "oferta pelo pecado."

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 3

        Pelo acto do profeta de tomar de novo sua esposa, por quem ele (seu amigo ou marido) ainda conservava seu afecto, embora ela tivesse provado ser infiel; por Sua entrada num novo contrato com ela; e por dar-lhe esperanças de reconciliação, quando ela provasse por algum tempo, como se tivesse ficado num estado de viuvez, a sinceridade do seu arrependimento; é representada a maneira graciosa como Deus irá restaurar os Judeus do cativeiro babilónico, 1-4. Indica-se também, muito veementemente, que toda a casa de Israel será adicionada à Igreja de Cristo nos últimos dias, 5.
        1. Vai outra vez, ama uma mulher. Esta é uma ordem diferente da que foi mencionada no primeiro capítulo. A primeira indicava a infidelidade do reino de Israel e o divórcio entre Deus e eles. Ele os entregou aos seus inimigos e ordenou que fossem levados para o cativeiro. A mulher aqui mencionada representa uma que era uma esposa legítima e que se juntava a um amante; então, repudiada pelo marido; depois, arrependendo-se e desejosa de se juntar ao seu cônjuge; pondo termo ao seu comércio de adultério, mas ainda não reconciliada com ele. Este era o estado e a disposição dos judeus sob o cativeiro babilónico. Apesar de separados dos seus próprios ídolos, eles continuavam separados do seu Deus. Ele ainda é representado como tendo sentimentos afectuosos para com eles; aguardando o seu total arrependimento e contrição, a fim de renovar a aliança de casamento. Estas coisas são assinaladas pelas acções simbólicas do profeta.
        Amada de seu amigo. Ou "um amante do mal." Conforme o amor do Senhor. Esta mulher, que se tinha provado desleal a seu marido, ainda era amada por ele, embora ele pudesse não a reconhecer; como os Israelitas eram amados pelo Senhor, enquanto eles estavam a prestar atenção a outros deuses. Os garrafões de vinho, provavelmente, eram como os que se usava para as libações ou para beber nas festas dos ídolos.
        2. Quinze peças de prata. Se fossem siclos, o preço desta mulher era cerca de duas libras e cinco xelins. Um homer de cevada. Como o homer valia cerca de oito alqueires, um homer e meio seria cerca de doze ou treze alqueires.
        3. Tu ficarás comigo muitos dias. Ele não a levou para casa, mas fez um contrato com ela, pelo qual, se ela se abstivesse dos seus maus caminhos, ele a tomaria para si mesmo depois de um período suficiente de prova. No entretanto, deu-lhe dinheiro e cevada para sua subsistência, para que ela não se expusesse à tentação de se tornar novamente infiel. E assim eu quero ser também para ti. Ou seja, se tu, Israel, te mantiveres separado da idolatria e Me deres prova, pela tua abstinência total de ídolos, que serás Meu fiel adorador, eu te receberei novamente e, entretanto, sustentar-te-ei  com as coisas necessárias à vida, enquanto estiveres na terra do teu cativeiro.
        4. Muitos dias sem rei. Esta profecia tem sido literalmente cumprida, até aqui. Desde a destruição do Templo, pelos Romanos, eles não tiveram nem rei nem príncipe. Sem imagem ... éfode ... terafins. A Septuaginta: "Sem sacrifício, sem altar, sem sacerdócio e sem oráculos".
        5. Depois tornarão os filhos de Israel. Arrepender-se-ão das suas iniquidades e buscarão ao Senhor; porão de parte sua adoração falsa e servirão ao verdadeiro Deus em espírito e em verdade. E a Davi, seu rei. Ou, como o Targum: "Eles obedecerão ao Messias, o Filho de Davi, seu rei"; e assim olharão, com confiança, para Aquele a quem traspassaram e se lamentarão.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 2:14-23

        14. Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. Depois de infligir muitos juízos sobre ela, restaurá-la-ei novamente. Vou tratá-la como um marido muito carinhoso faria a uma esposa infiel. Em vez de castigá-la publicamente como exemplo para os outros, ele leva-a aparte, fala e contende com ela; fá-la voltar à boa conduta; promete passar ao lado e perdoar tudo, se ela emendar os seus caminhos. Entretanto, ele fornece o que é necessário para as necessidades dela e para ela ficar confortavelmente sustentada; e assim, abrindo uma porta de esperança para ela, ela pode ser plenamente reconciliada; pode alegrar-se como no início, quando ele a tomou pela mão e ela tornou-se sua noiva.
        15. Ali ela cantará. Ela cantará ali a canção correspondente, como em ocasiões de festivais solenes e em cerimónias de casamento. O Livro dos Cânticos é deste tipo.
        16. Tu me chamarás Ishi. Isto é, "Meu Homem," ou, "Meu Marido," um título de amor e afecto; e não Baali, "Meu mestre," um título que suscitava medo e apreensão; o qual, conquanto bom, em si, tinha-se mostrado, agora, impróprio para ser aplicado a Jeová, por ter sido aviltado pela sua aplicação aos falsos deuses. Isto indicava que eles deviam evitar a idolatria escrupulosamente; e tiveram uma prova completa da ineficácia do seu culto idólatra tal que, após o seu cativeiro, nunca mais cultuaram aos ídolos.
        18. Farei por eles uma aliança. Promoverei um acordo entre eles e os pássaros, as bestas e os répteis, de modo a que não sejam lesados por eles; os seus rebanhos não sejam destruídos, nem as suas colheitas pilhadas. Também evitarei toda a espécie de guerra, para que eles nunca mais suportem as calamidades que derivam dessa fonte. Ademais, estarão a salvo de ladrões e sobressaltos nocturnos; porque eu os farei deitar em segurança.
        19. Desposar-te-ei comigo. O povo é representado sempre sob o símbolo de uma esposa infiel a seu marido. Em justiça. Em conformidade com a lei, a razão e a equidade. Em juízo. De acordo com o que é justo e conveniente. Em benignidade. Tendo o maior afecto e amor por ti. Em misericórdias. Perdoando e apagando todas as faltas passadas.
        20. Em fidelidade. Nunca mais te prostituirás com os ídolos, mas serás fiel Àquele que se chama a Si mesmo o teu Marido. Tu conhecerás ao Senhor. Da tua parte não haverá mais infidelidade, nem da Minha divórcio.
        21. Eu ouvirei, diz o Senhor. A frase é repetida para mostrar quão definitivamente o assunto estava decidido pelo Todo-Poderoso e quanto, implicitamente, poderiam depender da promessa divina.
        22. Responderá ao trigo, e ao vinho. Quando eles parecerem expressar o desejo de suprir as necessidades do homem. E estes responderão a Jezreel. O povo desamparado, que está a passar pela privação das coisas necessárias à vida.
        23. Semeá-la-ei. Aludindo à significação do nome Jezreel, "a semente de Deus." Então, ficará a impressão de que Deus mostrou misericórdia àqueles que não tinham alcançado misericórdia. Depois a aliança de Deus será renovada; pois Ele vai chamar Seu povo aos que não eram Seu povo; e chamarão a Jeová seu Deus aqueles que antes não O tinham como objecto do seu culto.
        As frases na última parte deste versículo são muito abruptas, mas extremamente expressivas; omitindo as palavras acrescentadas pelos tradutores e que enfraquecem a passagem, ela fica assim: "Eu vou dizer a não meu povo, Tu, meu povo; e ele dirá, Meu Deus.”


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 2:6-13

        6. Cercarei o teu caminho com espinhos. Porei fora do teu poder escapar dos juízos que tenho pronunciado; e, apesar de todo o teu apego aos teus ídolos, vais descobrir que eles não podem dar-te nem pão, nem água, nem lã, nem linho, nem óleo, nem bebida. E ela será envolvida em circunstâncias tais que a prossecução da sua idolatria dispendiosa será impossível. E ela será levada a um cativeiro tão intenso que ela nunca mais encontrará o caminho de volta para a sua própria terra. E este é o facto; porque aqueles que foram levados para a Assíria ficaram perdidos entre as nações, tendo poucos deles alguma vez voltado à Judeia. E, se restam alguns, onde se encontram agora é totalmente desconhecido.
        8. Porque ela não sabia que eu lhe dei o grão. Com quanta frequência são os dons da graça directa de Deus atribuídos a causas fortuitas - a qualquer causa, menos a verdadeira! Que eles prepararam para Baal. E com que frequência são os dons da graça de Deus pervertidos para serem meios de O desonrar! Deus dá-nos sabedoria, força e fazenda; e usamo-las para pecar contra Ele com a maior destreza, força e resultado!
        9. Portanto, voltarei, e tirarei. No curso da Minha providência vou reter esses benefícios que ela tem aviltado nos seus cultos idólatras. E nem darei à terra chuva, nem estações frutíferas.
        10. Diante dos olhos dos seus amantes. Seus ídolos, bem como os seus aliados, fiéis ou infiéis.
        12. Estas são a minha paga. Eles reputavam recompensas recebidas dos ídolos aos quais prestavam culto, todas as bênçãos da Providência.
        13. Dias de Baalim. Visitar significa "infligir castigo"; os dias são tomados pelos actos de culto idólatra praticados sobre eles; e Baalim significa a multidão de deuses falsos que eles adoravam. Baal era um nome genérico para um ídolo masculino, enquanto Astarte era para um feminino. Baalim inclui todos os ídolos masculinos, enquanto Astarote todos aqueles que eram do sexo feminino. Seus brincos. Nizmah significa antes uma "jóia para o nariz." Elas são usadas, em grande abundância, por mulheres, no Oriente, até os dias actuais. E as suas jóias. Anéis, braceletes, pulseiras, anéis de tornozelo, e ornamentos deste tipo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 2:1-5

        O profeta exorta o seu povo a falar e a agir como convém àqueles que alcançaram misericórdia de Deus; e a protestar veementemente contra a conduta da mãe deles (Samaria), que é ameaçada de cativeiro em virtude de ter abandonado a Deus e atribuído sua prosperidade aos ídolos, 1-5. Como uma ampliação desta ameaça, o profeta enumera uma série de aflições que viriam a acontecer-lhe para a levar ao sentimento de sua obrigação para com Deus; e da loucura de ir em busca dos ídolos e de atribuir-lhes erradamente as bênçãos da Providência, 6-13. Depois destas correcções, no entanto, Deus promete conduzir Israel em segurança para a sua própria terra; talvez aludindo à sua restauração do cativeiro babilónico; porque supõe-se que esta profecia foi anunciada cerca de 250 anos antes deste evento, 14-15. Além disso, Ele compromete-se a tratar com eles como um Marido terno e não como um amo severo, como eram os ídolos aos quais eles serviam, 16-17. O restante do capítulo promete ao povo de Deus, o verdadeiro Israel, protecção de todo o mal, com a posse de todas as bênçãos, sob um novo pacto; e isso, em termos plenos de beleza, energia e consolação. Céu e terra e tudo o que eles contêm; toda a natureza e o Deus da natureza são representados como aliando-se para fazer o povo de Deus feliz; de modo que, se eles apenas soprarem um desejo, uma parte da natureza, animada ou inanimada, ecoa-o a outra e todas se unem, em suave harmonia, para transmiti-lo ao ouvido do Todo-Poderoso. "Eu ouvirei, diz o Senhor, ouvirei os céus e eles ouvirão a terra; e a terra responderá ao trigo, ao vinho e ao óleo; e estes responderão a Jezreel."
        1. Dizei a vossos irmãos, Ami. Eu prefiro a tradução destes nomes próprios. Dizei a vossos irmãos, "Meu povo"; e às vossas irmãs, aquelas que "alcançaram misericórdia."
        2. Contendei com a vossa mãe. Povo de Judá, acusai a vossa mãe (Jerusalém), que abandonou o meu culto e se tornou idólatra; convencei-a da sua loucura e iniquidade, e fazei-a voltar para Aquele contra quem ela tão profundamente se revoltou.
        3. Para que eu não a deixe despida. Para que eu não a exponha à infâmia, à miséria e ao castigo. A punição de uma adúltera entre os antigos alemães era a seguinte: "Rapavam-lhe a cabeça, tiravam-lhe a roupa toda, na presença de seus familiares e, neste estado, atiravam-na da casa de seu marido." Veja em Isa. 3: 17; veja também Ezeq. 16: 39; 23: 26. E a faça como uma terra seca. Foi prometido aos israelitas, se fossem obedientes, uma terra que mana leite e mel; mas, se fossem desobedientes, o inverso. E é isto que Deus aqui ameaça contra Israel desobediente.
        4. Eles são filhos de prostituições. Eles são todos idólatras; e foram consagrados aos ídolos, de cujas marcas são portadores.
        5. Que me dão o meu pão. Veja a nota em Jeremias 44: 17-18, onde quase as mesmas palavras são encontradas e ilustradas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Livro de OSÉIAS

Capítulo 1

         Sob a figura de uma esposa provada infiel aos seus votos de casamento e que dá à luz filhos que seguem o seu exemplo, o profeta descreve a idolatria vergonhosa das dez tribos, a qual induziu Deus a rejeitá-las. A passagem inteira é uma informação por acção em vez de por palavras. Os nomes dos filhos são todos simbólicos. O primeiro tem a pretensão de recordar a Israel seu pecado de que não se arrependeu e os actos cruéis cometidos no seu palácio de Jezreel (1 Reis 21: 1). O segundo e o terceiro que significam "sem misericórdia" e "não meu povo," denotam que, em consequência do seu pecado, eles haveriam de ser rejeitados por Deus, 1-9. Deus promete, no entanto, reparar a perda à Sua Igreja, dando entrada aos gentios, 10; e unindo todos os filhos de Deus sob uma Cabeça, o Messias, nos últimos dias, 11.
         2. Uma mulher de prostituições. Ou seja, diz Newcome, uma esposa de entre as Israelitas, que eram notáveis pela sua prostituição espiritual, ou idolatria. Deus chama a Si mesmo o Marido de Israel; e esta nação escolhida devia-Lhe a fidelidade de uma esposa. Veja Êxodo 34: 15; Deut. 31:16; Juízes 2: 17; Isa. 54: 5; Jer. 3: 14; 31: 32; Ez. 16: 17; 23: 5, 27; Ose. 2: 2, 5; Apoc. 17: 1-2. Por conseguinte, Ele diz, com indignação: Vai, junta-te em casamento com uma de entre aqueles que têm cometido prostituição contra Mim, e cria filhos que, pelo poder do exemplo, se desviarão para a idolatria.
         3. Ele foi e tomou a Gomer. Tudo isto parece ser uma transacção real, embora tenha um significado simbólico.
         4. Põe-lhe o nome de Jezreel. Ou seja, "Deus vai dispersar." Isto parece sugerir que uma dispersão ou semeadura de Israel havia de ter lugar; o que aconteceu sob Salmaneser, rei da Assíria, 2 Reis 17: 5-6. Mas a palavra refere-se também ao nome de uma cidade, onde Jeú matou a Jezabel e todos os filhos de Acabe, 2 Reis i9: 10, 36 e 10: 6. O sangue de Jezreel. Não a vingança de Jeú sobre a família de Acabe, mas os seus actos de crueldade, enquanto ele residia em Jezreel, uma cidade da tribo de Issacar, Josué 19: 18, onde os reis de Israel tinham um palácio, 1 Reis 21: 1. Farei cessar o reino. Referindo-se, ou ao fim do reino de Israel pela mão dos Assírios, veja vers. 6, ou à retirada do reino de Israel da casa de Jeú, 2 Reis 10: 30 e que foi cumprida, 2 Reis 15:10.
         5. No vale de Jezreel. Supõe-se que isto também diga respeito ou a alguma derrota notável dos Israelitas, pelos Assírios, que teve lugar no vale de Jezreel; ou à morte de Zacarias, o quarto descendente directo de Jeú, que pode ter acontecido aqui. Veja 2 Reis 15: 10.
         6. Chama-lhe … Lo-Ruama. "Que não alcançou misericórdia." Também este era um nome profético ou típico; e a razão de sua atribuição é dada imediatamente: Porque eu não vou mais ter misericórdia. "Porque eu não vou acrescentar mais misericórdia sobre a casa de Israel." Isto alude à destruição total desse reino.
         7. Mas eu terei misericórdia da casa de Judá. Conservá-los ei como um reino quando Israel tiver sido levado para o cativeiro pelos Assírios. E os salvarei pelo Senhor seu Deus. Cumprida de modo notável na derrota sobrenatural do exército dos Assírios, veja 2 Reis 19: 35; e assim eles foram salvos, não pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem por cavalos, nem por cavaleiros.
          9. Põe-lhe o nome de Lo-Ami. "Que não é Meu povo."
         10. Contudo, o número dos filhos de Israel. Deus havia prometido que os filhos de Israel seriam como a areia do mar. Veja Gên. 32:12; Rom. 9: 25-26. E, embora por causa das suas iniquidades, Ele os tivesse diminuído e espalhado, o espírito e a intenção da Sua promessa e concerto serão cumpridos. Haverá um Israel. No lugar do povo reprovado, que agora não era mais o Seu povo, será achado um Israel que serão os filhos "do Deus vivo." Veja as escrituras acima e 1 Ped. 2: 10. Isto deve querer dizer tanto os israelitas depois de sua conversão ao Cristianismo, como até mesmo os próprios Gentios se convertidos a Deus, e recém-chegados a ser o verdadeiro Israel.
        11. Os filhos de Judá e os filhos de Israel. Após o retorno da Babilónia, a distinção entre Israel e Judá foi inteiramente extinta; e aqueles dentre eles que voltaram foram todos incluídos debaixo de uma denominação "Judeus." A única cabeça pode ser uma referência a Zorobabel, seu líder e, mais tarde, sob Esdras e Neemias. Na visão mais ampla do profeta, a "única cabeça" pode significar Jesus Cristo, sob o qual o verdadeiro Israel, Judeus e Gentios, serão finalmente reunidos; de modo que haverá um rebanho e um Pastor sobre esse rebanho. Eles subirão da terra. Assíria e Caldeia, em particular, mas também dos vários lugares para onde foram dispersos em geral. Grande será o dia de Jezreel. Ele faz alusão ao significado da palavra a “semente de Deus.” Deus, que os tinha dispersado - semeado - em diferentes terras, os reunirá; e o dia do poder de Deus será grande e glorioso. Foi uma sementeira maravilhosa da justiça divina; então será uma colheita maravilhosa da misericórdia divina. Ele os semeou entre as nações na Sua ira; na Sua generosidade Ele os colherá e os ajuntará no celeiro.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Livro de OSEIAS

        Oseias, filho de Beeri, é o primeiro dos profetas menores. Este profeta viveu no reino de Samaria; consequentemente, suas profecias, na maior parte, têm uma perspectiva desse estado, embora haja também algumas coisas peculiares que dizem respeito ao reino de Judá.
        Lemos, na introdução da sua profecia, que ele profetizou sob os reis de Judá, Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e sob Jeroboão II, rei de Israel.
        São Jerónimo e muitos outros acreditam ser Oseias o mais antigo profeta cujos escritos estão em nosso poder; ele foi testemunha do primeiro cativeiro das quatro tribos levadas da terra por Tiglate-Pileser e da extinção do reino de Samaria por Salmaneser. Os primeiros versos do capº. 1 têm um panorama da morte de Zacarias, rei de Israel e filho de Jeroboão II. A partir do verso seis do primeiro capítulo até ao terceiro capítulo encontramos uma profecia do cativeiro de Israel; mas, depois de ter predito esse cativeiro, declara o fim dele e o retorno. Ele invectiva fortemente contra as desordens que prevaleciam no reino das dez tribos. Parece que no seu tempo havia ídolos; não só em Dan, Betel e Samaria, mas também em Gilgal, no cume do Tabor, em Siquém, Berseba, e nas montanhas de Gileade. Ele fala dos israelitas como de um povo inteiramente corrompido, cuja medida dos pecados estava já cheia; ele prediz que os seus bezerros de ouro seriam derribados, atirados ao chão e levados para a Assíria.
        Ele reflecte, com a mesma severidade, sobre as irregularidades que reinavam em Judá. Ele levanta-se contra aqueles que iam adorar os falsos deuses a Gilgal. Fala da invasão dos territórios de Judá por Senaqueribe. Prediz que o povo de Judá ainda deveria continuar algum tempo no seu território, após o cativeiro das dez tribos; mas que, após isso, eles mesmos também seriam levados em cativeiro para além do Eufrates, de onde o Senhor os traria de volta, após um determinado número de anos.
        No início da profecia de Oseias, lemos que o Senhor o conduziu a "tomar para si uma mulher de prostituições e filhos de prostituição;" ou seja, a casar-se com uma mulher que, antes de se casar, tinha vivido uma vida de devassidão, mas que, após o casamento, haveria de apartar-se de toda a conversação perversa e cujos filhos seriam legitimados, não obstante o facto que, em razão da desonra que a mãe deles havia adquirido por sua vida antiga, foram chamados "filhos de prostituições." Esta mulher prostituta e os filhos que haviam de nascer dela eram uma figura e uma espécie de profecia real que descreveu a idolatria e infidelidade de Samaria e das dez tribos, anteriormente a esposa do Senhor, mas que, depois, se tornou idólatra e corrupta.
        Os filhos desta mulher infiel são filhos de prostituição, uma vez que imitam a idolatria da sua mãe. Deus dá a estas crianças os nomes de Jezreel, "Deus vai dispersar;" Lo-rechamah, ou "Sem misericórdia;" e Lo-ammi, "Não és mais meu povo;" para mostrar - (1) Que Deus ia vingar na casa de Jeú, rei de Israel, os pecados que ele tinha cometido em Jezreel, quando ele usurpou o reino das dez tribos. (2) Que o Senhor trataria o Seu povo idólatra e pecador sem piedade. (3) Que Ele os rejeitaria, e nunca mais olharia para eles como Seu povo.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

     Capítulo 6: 16-28

        16. Então o rei ordenou. Com o coração pesado, ele foi obrigado a autorizar o cumprimento desta conspiração homicida. Mas ao dar a sentença, suas últimas palavras foram afectuosas: "O teu Deus, a quem tu continuamente serves, Ele te livrará."
        17. Foi trazida uma pedra. Toda esta precaução serviu aos propósitos da Providência Divina. Não poderia haver nenhum truque nem conluio aqui; se Daniel fosse protegido, só deveria ser pelo poder do Deus Supremo. O mesmo cuidado foi tomado pelos judeus no caso do sepultamento de nosso bendito Senhor; e exactamente a mesma coisa serviu como uma das provas mais poderosas da certeza da Sua ressurreição e da simples maldade deles.
        18. Passou a noite em jejum. Ele não comeu nem bebeu, não ouviu música para se confortar, nem permitiu que perfumes suaves fossem queimados ou trazidos à sua presença e passou a noite sem dormir. Tudo isto aponta para a sua grande sinceridade; e, quando se considera que Dario não teria menos de sessenta e dois ou sessenta e três anos de idade por esse tempo, isso mostra mais plenamente a profundidade do seu pesar.
        22. O meu Deus enviou o Seu anjo. Alguém como aquele que assistiu Sadraque, Mesaque e Abed-nego na fornalha ardente, e soprou por dentro das chamas, de modo que elas não puderam feri-los. Foi achada em mim inocência perante Ele. Deus preservou-me porque eu era inocente; e agora que fui preservado, a minha inocência está totalmente provada.
        26. Eu faço um decreto: que … os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel. Como no caso dos três hebreus, cap. 3: 29. O verdadeiro Deus tornou-se conhecido pelos Seus servos e pelos actos de livramento que Ele realizou em favor deles.
        28. Assim, este Daniel prosperou. Ele havia servido a cinco reis: Nabucodonosor, Evil-Merodaque, Belsazar, Dario e Ciro. Poucos cortesãos têm tido um reinado tão longo, servido a tantos superiores, sem lisonjear a nenhum deles, sido mais bem sucedidos na sua gestão dos assuntos públicos, tão úteis aos estados onde estiveram no poder, mais possuídos por Deus, ou deixaram exemplo tal à posteridade.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

CAPÍTULO 6:1-15

        Dario o Medo, que sucedeu a Belsazar no reino da Babilónia, tendo ouvido falar da sabedoria e inteligência extraordinárias de Daniel, o constituiu chefe dos três presidentes que estavam sobre todo o império, e tencionava também nomeá-lo primeiro-ministro ou vice-rei, 1-3. Esta grande predilecção do rei por um estrangeiro de origem judaica, e que tinham sido levado cativo para a Caldeia, suscitou a Daniel um grande número de inimigos; e os presidentes e príncipes até imaginaram um plano para o arruinar, 4-15; o qual teve sucesso até ao ponto em que ele foi lançado na cova dos leões, mas foi miraculosamente livrado, 16-23. Dario, que ficara muito desagradado consigo mesmo por ter-se deixado apanhar na armadilha dos governadores das províncias para prejudicar o seu fiel ministro, ficou satisfeito e espantado perante este livramento; puniu os inimigos de Daniel com o mesmo tipo de morte que haviam concebido para o profeta; e decretou que, em todos os seus domínios, se tivesse a maior veneração pelo Deus de Daniel, 24-28.
        1. Cento e vinte príncipes. Um chefe ou sátrapa sobre cada província, que pertencia ao império Medo-Persa. Mais tarde encontramo-lo ampliado para 127 províncias, pelas vitórias de Cambises e Dario Histaspes. Veja Ester 1:1.
        2. Três presidentes. Cada um tendo 40 desses presidentes sob sua responsabilidade, para prestarem-lhe conta da sua administração. Daniel era o primeiro. Porque foi colocado sobre a parte onde estava a sede do governo. Ele foi confirmado por Dario nos seus cargos.
        3. O rei tencionava colocá-lo sobre todo o reino. Pretendia fazê-lo grão-vizir. Esta parcialidade do rei fez com que Daniel se tornasse o objecto do antagonismo dos outros presidentes, e dos grandes do reino.
        4. Procuravam achar ocasião contra Daniel. Mas eles não encontravam nenhuma mancha na sua administração, pois ele era fiel ao seu rei; o que era uma virtude. Mas ele também era fiel ao seu Deus; o que eles esperavam constituir em crime e tornar a causa da sua ruína.
        7. Qualquer que fizesse uma petição. Que pretexto poderiam invocar para uma ordenança tão néscia? Provavelmente, para lisonjear a ambição do rei, eles pretendiam fazer dele um deus por trinta dias, para que todo o império fizesse oração e súplica a ele e prestar-lhe honras divinas! Esta era a isca; mas o objectivo verdadeiro era destruir Daniel.
        10. Ora, quando Daniel soube que o edital fora assinado. Ele viu qual era o desígnio e sabia a quem servia. Estando abertas suas janelas. Ele não as fecharia para se esconder, antes "ajoelhava-se com o rosto voltado para Jerusalém, e orava três vezes no dia, dando graças a Deus, como de costume." Quando os judeus se encontravam em países distantes, ao orar, viravam o rosto para Jerusalém; e, quando em Jerusalém, viravam o rosto para o Templo. Salomão, em sua oração na dedicação do Templo, 1 Reis 8:48, tinha suplicado a Deus para ouvir as orações daqueles que estivessem em terras estranhas, ou em cativeiro, quando voltassem a face para a sua própria terra, que Deus dera a seus pais; e para a cidade que Ele tinha escolhido, e a casa que fora dedicada ao Seu nome. Foi em referência a isto que Daniel virava o rosto para Jerusalém, quando orava.
        14. O rei ... ficou grandemente indignado consigo mesmo. E com justa razão, pois, por um imenso disparate seu, aprovara uma lei que, por seu objectivo ostensivo, seria uma desgraça até para um imbecil. E pôs seu coração em Daniel. Ele lutou por todos os meios para anular a lei. Tinha falado, sem dúvida, com vários de seus grandes em privado, e ido de um para outro, até o pôr do sol.
        15. Então aqueles homens juntaram-se. Tendo obtido respostas favoráveis, como se pode presumir, de muitos indivíduos, ele convocou um parlamento; mas agora juntaram-se para colectivamente forçar a execução da lei, não a sua revogação.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 5:8-31

      8. Eles não puderam ler a escritura. Porque ela estava no alfabeto hebraico puro, não no caldeu.
      10. A rainha ... entrou. Crê-se geralmente que se trata da viúva de Nabucodonosor.
      16. Dissolver dúvidas. Desatar nós-desprender o que está preso. Uma expressão utilizada no Oriente para indicar um juiz eminentemente sábio e hábil.
      17. Os teus presentes fiquem contigo. Para qualquer, iriam ser de pouca utilidade, visto que a cidade, em poucas horas, ia ser tomada e saqueada.
      18. Nabucodonosor, teu pai. Ou "avô." Ver as notas sobre vers. 1.
      19. A quem queria matava. O carácter genuíno de um déspota, cuja vontade é a única regra de sua conduta.
      20. Ele foi deposto do seu trono real. Tornou-se insano e as rédeas da governação foram retiradas de suas mãos.
      22. Não humilhaste o teu coração. Estes juízos e misericórdias não têm tido nenhum bom efeito sobre ti.
      23. Mas te elevaste contra o Senhor. E a maior evidência desta rebelião foi a profanação dos vasos sagrados da casa do Senhor.
      24. Então foi a parte da mão enviada. Isto foi o transbordar do cálice da tua iniquidade; este último acto fez-te maduro para a destruição.
      25. Deve-se observar que cada palavra significa uma curta frase: mene significa "numeração"; tekel, "pesagem", e peres, "divisão". Todas as versões antigas, excepto o Siríaco, lêem as palavras simplesmente Mene, Tekel, Phares , enquanto elas são explicadas nos versos seguintes, sem a repetição de Mene.
      29. Vestiram a Daniel de escarlate. Mais provavelmente de "púrpura". A cadeia de ouro ao pescoço era um emblema de autoridade magistral. Muitas vezes é assim mencionada nas Escrituras.
      30. Naquela mesma noite foi Belsazar … morto. Xenofonte diz que ele foi despachado por dois senhores, Gadatas e Gobrias, que passaram para Ciro para se vingarem de alguns males que Belsazar tinha-lhes feito. Já vimos que Ciro entrou na cidade pelo leito do rio Eufrates, que ele havia esvaziado cortando um canal para as águas e direccionando-as para os campos pantanosos.
      31. Dario, o medo ocupou o reino. Supõe-se que se trata do mesmo que Cyaxares, filho de Astiages e tio materno de Ciro, a quem ele deu o trono da Babilónia após o próprio ter tido a honra de tomar a cidade.
      Daniel nada fala sobre a guerra que se alastrou entre os Babilónios e os Medos; mas Isaías fala particularmente dela, caps. 13 - 14; 45 - 47, e do mesmo modo faz Jeremias, caps. 50-51. Não preciso acrescentar que é amplamente tratado por autores seculares. Os Medos e Persas eram aliados na guerra; os primeiros comandados por Dario, e os últimos, por Ciro. Supõe-se que ambos esses príncipes estiveram presente na tomada desta cidade.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

CAPÍTULO 5

        No início deste capítulo, somos informados de como Belsazar, o neto de Nabucodonosor, estando a viver em devassidão no seu palácio, e profanando os vasos sagrados do Templo, 1-4, foi, de repente, aterrorizado com a aparência dos dedos de uma mão humana a escrever algumas palavras na parede à sua frente, 5-6. Mandaram entrar imediatamente os sábios e astrólogos para mostrar ao rei a interpretação; mas eles não puderam nem sequer ler o escrito, porque (como Houbigant e outros têm especulado), embora as palavras estejam na língua Caldeia, elas foram escritas em caracteres samaritanos ou hebraicos antigos, que os sábios da Babilónia, muito provavelmente, desconheciam, porque os judeus eram naquele tempo um povo desprezado e o conhecimento da sua língua não era uma aquisição que estivesse na moda, 7-9. Daniel, que tinha sido tão altamente estimado por Nabucodonosor, por sua superior sabedoria, parece ter sido completamente desconhecido para Belsazar, até a rainha (a mesma que tinha sido esposa de Nabucodonosor, conforme opinião geral, ou a rainha consorte, de acordo com outros) lhe passar a informação, 10-12. Por recomendação da rainha, Daniel é chamado à presença do rei, 13-16; o qual, ousadamente, diz a este rei tirânico que, como não lhe tinham aproveitado os julgamentos infligidos ao seu avô, antes tinha-se entregado ao orgulho e à impiedade e acrescentara aos seus outros pecados um desprezo total pelo Deus dos judeus, bebendo vinho nos vasos sagrados de Jeová em honra de seus ídolos, 17-23, o Ser Supremo, o Governador do céu e da terra, tinha escrito a sua condenação em três palavras: Mene , Tekel Peres, 24-25; a primeira das quais é repetida nas cópias que contêm o original caldeu; mas em todas as versões antigas, excepto o Siríaco, não se encontra esta repetição. Daniel dá então ao rei e seus grandes a terrível significação da escrita, a saber, que o período estipulado para a duração do império caldeu estava ora concluído (ver Jeremias 25:12-14), e que o reino estava prestes a ser transferido para os Medos e Persas, 26-28. Ainda que tal interpretação deva ter sido indesejável para Belsazar, contudo, o monarca, abatido com a sua clareza e certeza, ordenou que o profeta fosse honrado, 29. E, naquela mesma noite, a profecia cumpriu-se, pois o rei foi morto, 30 e a cidade tomada pelos Medos e Persas, 31. Este grande evento também foi predito por Isaías e Jeremias e a maneira como foi cumprido é registada por Heródoto e Xenofonte.

        1. O rei Belsazar fez um grande banquete. Após a morte de Nabucodonosor, Evil-Merodaque, seu filho, ascendeu ao trono da Babilónia. Tendo reinado cerca de dois anos, ele foi morto por seu cunhado Neriglissar. Este reinou quatro anos e foi sucedido por seu filho Leborosoarchod que reinou apenas nove meses. Com a sua morte, Belsazar, filho de Evil-Merodaque, ascendeu ao trono e reinou dezassete anos, e foi morto, como lemos aqui, por Ciro, que surpreendeu e tomou a cidade na noite desta festa. Mas a Escritura menciona apenas Nabucodonosor, Evil-Merodaque e Belsazar, pelos nomes; e Jeremias, capítulo 27:7, diz expressamente: "Todas as nações o servirão [Nabucodonosor], e ao seu filho [Evil-Merodaque] e ao filho de seu filho [Belsazar], até completar o tempo da sua própria terra", ou seja, até o tempo em que o império havia de ser capturado por Ciro. Aqui não há nenhuma menção a Neriglissar nem Laborosoarchod; mas, como eram usurpadores, podem ter sido ignorados propositadamente. Permanece ainda, contudo, uma dificuldade: Belsazar é expressamente chamado o filho de Nabucodonosor pela rainha-mãe, v 11. A solução desta dificuldade está em que na Escritura o nome de "filho" é dado indiferentemente a filhos e netos e, até, a bisnetos. A mil dos seus grandes. Talvez isso queira dizer os senhores ou sátrapas, que eram, cada classe, mais de 1.000 homens.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Daniel, O Profeta

Capítulo 4:19-36

         19. Daniel ... ficou atónito por uma hora. Ele viu o fim do sonho, e sentiu que era grandemente delicado interpretá-lo. Ele não ficou embaraçado com as dificuldades dele. Sentiu pelo rei e pela a nação; e, com que força e delicadeza, expressa ele o presságio geral: "O sonho ... seja para os que te têm ódio e a sua interpretação para os teus inimigos"!
         20. A árvore que viste. O sonho é tão plenamente interpretado nos versos seguintes, que não precisa de comentário.
         26. O teu reino voltará para ti. Não foi coroado nenhum novo rei; Evil-Merodaque, seu filho, ficou como regente durante a insanidade de seu pai.
         30. Não é esta a grande Babilónia? Aqui o seu coração estava inflamado de orgulho; ele atribuiu tudo a si mesmo e não reconheceu Deus em nada. Os muros, os jardins suspensos, o templo de Bel, e o palácio real, todos construídos por Nabucodonosor, fizeram dela a maior cidade do mundo.
         31. Ainda estava a palavra na boca do rei. Que coisa horrível para um rei vitorioso e orgulhoso: "Passou de ti o reino"! Todos os teus bens e os teus deuses sumiram num instante!
         36. Minha razão voltou. Tudo se cumpriu conforme tinha sido exposto no sonho e sua interpretação. É muito provável que este rei infeliz se tivesse escondido de tal modo que o lugar de seu retiro não foi descoberto; e que a providência de Deus tenha vigiado tudo, de tal modo que, no seu regresso ao palácio, encontrou seus conselheiros e seus grandes, que o receberam com alegria e se apegaram a ele e o serviram como haviam feito anteriormente.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

CAPÍTULO 4

        Nabucodonosor, depois de subjugar todos os países vizinhos e de enriquecer e adornar grandemente o seu próprio, ficou tão embriagado com a sua prosperidade, a ponto de atrair sobre si mesmo um juízo muito notável, do qual este capítulo dá um relato particular, nas próprias palavras do decreto ou proclamação que o monarca babilónico emitiu, ao ser restaurado ao trono. Este documento de estado começa com o reconhecimento, por parte de Nabucodonosor, da mão de Deus na sua recente enfermidade, 1-3. Em seguida, dá conta do sonho de Nabucodonosor, que pressagiava a perda de seu reino e da sua razão por sete anos, por causa do seu orgulho e arrogância, 4-18. Assim Daniel o explicou, 19-27, e assim foi confirmado pelo acontecimento, 28-33. Em seguida, relata como, no final do período fixado pelo Deus do céu para a duração da sua enfermidade, o monarca Caldeu ficou convencido da sua dependência do Ser Supremo e levantou ao céu os olhos, num reconhecimento fervoroso da soberana majestade do Rei dos reis, o Governador da terra, cujo domínio, unicamente, é universal, imutável e eterno, 34-37.
        1. O rei Nabucodonosor, a todos os povos. Este é um decreto regular e um dos mais antigos inscritos nos anais da história e, sem dúvida, foi copiado dos documentos de Estado da Babilónia. Daniel conservou-o na língua original.
        2. Pareceu-me bem tornar conhecidos. Uma parte do decreto foi um recital das maravilhas operadas pela mão do Deus verdadeiro sobre o seu reino e sobre a sua pessoa.
        4. Eu ... estava sossegado. Eu estava de regresso ao meu palácio na Babilónia, depois de ter subjugado a Síria, a Fenícia, a Judeia, o Egipto e a Arábia. Provavelmente, foram estas grandes conquistas que o incharam com orgulho e trouxeram sobre ele esta punição, que ele descreve mais tarde.
       10. Vi ... uma árvore. Esta visão, diz Nabucodonosor, o fez ficar com medo. Quanta misericórdia há no facto de que Deus escondeu de nós o futuro! Se ele mostrasse a cada homem o destino que está diante dele, a miséria da raça humana seria completa. Grandes homens e príncipes são, muitas vezes, representados, na linguagem dos profetas, sob a semelhança de árvores; ver Ezequiel 17: 5-6; 31:3, etc.; Jeremias 22: 15; Salmo 1:3; 37:35.
       13. Um vigia e um santo. Ambos são anjos, mas, de acordo com os oráculos caldeus, de ordens diferentes. Aparecem, de acordo com suas próprias declarações, para ser uma espécie de juízes dos actos humanos, juízes esses que tinham o poder de determinar as penas dos homens; ver vers. 17.
       14. Cortai a árvore. Como a árvore era para ser cortada, ordenou-se aos animais a fugirem de debaixo dos seus ramos. Os seus cortesãos, os funcionários, todos o abandonaram, mal apareceu a sua insanidade; mas ele fugiu logo da comunidade dos homens.
       15. Deixai o tronco. Ele não é para ser destruído, nem o seu reino transferido.
       16. Seja mudado o seu coração. Que ele pense que é uma besta e aja como tal, pastando entre os animais do campo. Passem sobre ele sete tempos. Ele deve continuar neste estado durante sete anos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 3:16-30

        16. Nós não necessitamos. Não temos necessidade de o inquietar com qualquer problema adicional; já fizemos a nossa decisão sobre este assunto, e temos a nossa resposta preparada: "Fique a saber ... nós não serviremos a teus deuses." Isto foi tão honesto, quanto perentório.
         20. Os homens mais fortes. Os generais, ou oficiais comandantes do seu exército.
         21. Seus chapéus. Esta palavra "chapéu" encontra-se somente neste lugar no Antigo Testamento. A palavra sarbal, correctamente, significa uma peça de roupa exterior.
         25. É como o Filho de Deus. Uma tradução de todo imprópria. Que noção podia esse rei idólatra ter do Senhor Jesus Cristo? Porque esta passagem é assim entendida por milhares de pessoas. Bar elahin significa "um filho dos deuses", isto é, um ente divino ou um anjo; e o rei chama-lhe assim no v. 28: "Deus… enviou o seu anjo, e livrou os seus servos."
        28. Bendito seja o Deus de Sadraque. Aqui está um testemunho nobre dado por um pagão. E que foi que o produziu? A conduta intrepidamente piedosa destes três nobres Judeus.
        29. Disser qualquer coisa imprópria. Embora pelo decreto o rei não obrigue o povo a adorar o Deus verdadeiro, ele os obriga, contudo, a tratá-Lo com reverência.
        30. Então o rei promoveu. Ele reintegrou-os nos cargos que ocupavam antes de lhes ter sido feita a acusação de desobediência e traição.
         No final deste versículo, a Septuaginta acrescenta: "E ele promoveu-os a governadores sobre todos os judeus que estavam no seu reino." Pode ser este o sentido do último verso. Era mais provável serem eles colocados sobre os Judeus do que sobre os Caldeus.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 3

        Nabucodonosor, tendo levantado uma imagem cuja altura (incluindo provavelmente um pedestal muito alto) era de sessenta côvados e a largura de seis, ordenou, a uma assembleia numerosa que tinha convocado, que caíssem por terra e a adorassem; ameaçando, ao mesmo tempo, que todo aquele que se recusasse a fazê-lo seria lançado numa fornalha ardente, uma punição não incomum no país (ver Jeremias 29:22), 1-7. Os três companheiros de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego, que se encontravam presentes, estando advertidos a se absterem desta adoração idólatra, foram acusados perante o rei; o qual, em grande ira, ordenou-lhes que cumprissem as suas ordens sob pena de morte, 8-15. Mas esses homens santos, com a maior compostura e serenidade, expressaram sua firme resolução de não adorar os seus deuses ou as suas imagens, qualquer que fosse a consequência, 16-18. Nisso, o rei, que não estava acostumado a ver a sua vontade contrariada, no auge da sua ira, ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que o habitual, e que esses homens fossem nela lançados, atados pelos homens mais fortes que estavam no seu exército, sendo estes mortos pela chama, na execução do serviço, 19-23. Nesta ocasião Deus cumpriu literalmente Sua promessa dada por Isaías (capº. 43:2) "Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti." Porque um anjo de Deus, aparecendo na fornalha, protegeu estes jovens e combateu a violência natural do fogo; o qual, consumindo somente as cordas com que eles estavam atados, deixou-os a andar em liberdade e em perfeita segurança, no meio da fornalha. O rei, espantado com este prodígio, chamou-os para fora do forno e louvou a Deus por ter enviado um anjo para livrar os Seus servos; e mandou que todos os seus súbditos, sob pena de morte, não falassem irreverentemente do Deus de Sadraque, Mesaque, e Abednego, que foram promovidos a posições de grande poder e honra, 24-30. Um exemplo marcante da interposição da Providência em favor da piedade verdadeira e inflexível.
         1. O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro. Supõe-se que a história aqui contada não ocorreu até ao fim, ou perto do fim, do reinado de Nabucodonosor. Pois ocorreu depois da sua insanidade, como podemos ver no capº. 4:33-36, e isto aconteceu perto do fim do seu reinado. Algumas observações sobre esta imagem podem ser necessárias: (1) Não é provável que esta imagem tivesse forma humana - as dimensões mostram a improbabilidade disto. (2) Não é provável que esta imagem fosse toda de ouro. (3) Pode ter sido um pilar sobre o qual foi levantada uma imagem do deus Bel. A imagem em si pode ter sido de ouro, ou, mais provavelmente, de material dourado, ou seja, coberto com placas finas de ouro, e, por esta razão, ela pôde ser chamada a imagem dourada. A planície de Dura. A localização deste lugar não é exactamente conhecida; havia uma vila ou cidade chamada Dura, ou Doura, na Mesopotâmia, perto do rio Tigre.
         2. Mandou ajuntar os príncipes. Não é fácil mostrar o que representavam estes diferentes ofícios, como é difícil confirmar o significado das palavras do Caldeu.
         4. Então um arauto apregoava em alta voz. "Um pregoeiro chamou com força."
         5. O som da trombeta. Não há menos dificuldade em determinar o significado exacto destes instrumentos musicais do que há nos ofícios no vers. 2.
         6. Será na mesma hora. Este é o primeiro lugar no Antigo Testamento, em que encontramos a divisão do tempo em horas. Os gregos dizem que Anaximandro foi o inventor. Ele, provavelmente, o recebeu dos caldeus, entre os quais esta divisão estava em uso muito tempo antes de Anaximandro nascer.
         8. Acusaram os judeus. Ou seja, Sadraque, Mesaque e Abednego. Os outros judeus não foram levados em conta e, provavelmente, por esse tempo, Daniel era demasiado eminente para ser tocado, mas podemos ter a certeza de que ele não se encontrava entre esses idólatras.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 2:24-49

        24. Não destruas os sábios. O decreto foi suspenso até que se confirmasse que Daniel podia contar o sonho e dar a sua interpretação.
        27. Não é possível aos sábios. Não podem os vossos peritos, ajudados pelos vossos deuses, revelar-vos o segredo? Esta pergunta era necessária para que o rei pudesse ver a insensatez de depender dos primeiros e de adorar aos segundos. Os adivinhos. Uma das nossas palavras antigas: "Os contadores da verdade."
        28. Há um Deus no céu. Para O distinguir daqueles ídolos, obras de mãos humanas e dos falsos deuses em que os caldeus confiavam. Nos últimos dias. Uma frase que, nos profetas, geralmente quer dizer os tempos do Messias.
        31. Uma grande estátua. Representando as quatro grandes monarquias.
        32. A cabeça era de ouro fino. O império Babilónico, o primeiro e o maior. O peito e os braços de prata. O império Medo-Persa, sob o governo de Ciro, etc. O seu ventre e as suas coxas de bronze. O império Macedónio, sob Alexandre, o Grande e seus sucessores.
        33. As suas pernas de ferro. O governo Romano. Os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. O mesmo, misturado com as nações bárbaras e dividido em dez reinos.
        34. Uma pedra foi cortada. A quinta monarquia; o reino espiritual do Senhor Jesus, que é para durar para sempre e propagar-se por toda a terra.
        37. O Deus do céu. Não dado pelos teus próprios deuses, nem adquirido por tua própria habilidade e destreza; é uma dádiva de Deus. Poder. Para governar este reino. E força. Para defendê-lo contra todos os inimigos. E glória. Grande honra e dignidade.
        44. Um reino que não será jamais destruído. O império de Cristo extenso e em expansão. Não passará a outro povo. Todos os impérios anteriores engoliram um ao outro sucessivamente, mas este permanecerá até ao fim do mundo.
        45. Certo é o sonho. Ele contém uma representação exacta das coisas como elas hão-de acontecer. E fiel a sua interpretação. As partes do sonho foram explicadas de boa fé.
        46. O rei ... caiu com o rosto em terra. Prostrou-se; entre os antigos, este era o acto mais completo de adoração. Adorou a Daniel. Considerando-o um deus, ou um ser divino. Sem dúvida, Daniel não lho permitiu-o, porque aceitar isso teria sido idolatria grosseira.
        47. O vosso Deus é Deus dos deuses. Ele é maior que todos os outros. E o Senhor dos reis. Ele governa tanto o céu como a terra.
        48. Engrandeceu a Daniel. (1) Dando-lhe muitos e ricos presentes, (2), pondo-o por governador de toda a província de Babilónia, e (3), pondo-o por chefe ou presidente sobre todos os sábios.
        49. Daniel pediu ao rei e ele colocou Sadraque, Mesaque e Abednego, sobre os negócios da província de Babilónia. Ele queria que seus três companheiros fossem promovidos, os quais tinham compartilhado suas ansiedades e o ajudaram com as suas orações. A todos eles foram atribuídos lugares de confiança, em que poderiam fazer muita coisa boa e evitar muito mal. Daniel estabeleceu sua residência na corte do rei. Ou seja, era o oficial chefe do palácio e o maior confidente e conselheiro do rei.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Daniel. o Profeta

Capítulo 2

        Nabucodonosor, no segundo ano do seu reinado (ou no quarto, de acordo com o relato judaico, que o coloca nos dois primeiros anos em que reinou conjuntamente com seu pai), teve um sonho que muito o perturbou, mas do qual nada restava na manhã, senão a incómoda impressão. Assim, os adivinhadores, quando trazidos à presença do rei, não puderam dar nenhuma interpretação, pois eles não tinham conhecimento do sonho, 1-13. Daniel, então, tendo obtido o favor de Deus, é feito conhecedor do sonho e da sua interpretação, 14-19; por isso ele bendisse a Deus numa ode sublime e bela, 20-23; e revela ambos ao rei, contando-lhe primeiro as particularidades do sonho, 24-35, e depois interpretando-o como representação das quatro grandes monarquias. O império Caldeu então existente, representado pela cabeça de ouro, é a primeira; a próxima é o Medo-Persa; a terceira, o Macedónio ou Grego; a quarta, o Romano que havia de quebrar todos os outros reinos em pedaços, mas que, em sua última etapa seria dividida em dez reinos, representados pelos dez dedos da imagem, enquanto são.numa outra visão (cap. 7) representados pelos dez chifres do quarto animal. Ele também informa o rei de que no tempo desta última monarquia, a saber, a Romana, Deus estabeleceria o reino do Messias;.o qual, embora pequeno em seu começp, em última análise, se estenderia por toda a terra, 36-45. Daniel e os seus três amigos, Hananias, Misael e Azarias (chamados pelo príncipe dos eunucos a Sadraque, Mesaque e Abednego), são, então, promovidos pelo rei a posições de grande honra, 46-49.

1. No segundo ano do reinado de Nabucodonosor. Ou seja, o segundo ano do seu reinado sozinho, pois já era rei dois anos antes da morte de seu pai. Este era, portanto, o quinto ano do seu reinado, e o quarto do cativeiro de Daniel. Nabucodonosor teve uns sonhos, com os quais o seu espírito se perturbou. O sonho tinha produzido uma impressão profunda e solene em sua mente; e, tendo esquecido tudo, salvo circunstâncias gerais, a sua mente ficou angustiada.

2. Os Caldeus. É difícil determinar quem estes eram. Eles podem ter sido um colégio de sábios, em que todas as artes e ciências eram exercidas e ensinadas.

4. Então falaram os Caldeus ao rei em Siríaco. Aramaico, a língua de Aram ou Síria. O que tem sido geralmente chamado o Caldeu. Ó rei, vive para sempre! Com estas palavras, começa a parte Caldeia de Daniel; e continua até o final do capítulo sete.

5. Sereis despedaçados. Isto foi extremamente arbitrário e tirânico; mas, no esquema da providência de Deus, foi regido para servir ao propósito mais importante.

14. Capitão da guarda do rei. Chefe dos carrascos ou açougueiros do rei.

19. Então foi revelado o mistério ... numa visão de noite. Daniel ou teve o sonho, ou foi-lhe representado na sua mente por uma inspiração imediata.

20. Dele é a sabedoria e a força. Ele sabe todas as coisas e pode fazer todas as coisas.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 1:3-21

3. Chefe dos seus eunucos. Esta palavra eunucos quer dizer oficiais perto de ou no palácio, quer literalmente eunucos ou não.

4. Crianças. "Jovens, homens novos;" e assim a palavra deve ser entendida através deste livro. Instruídos em toda a sabedoria. Antes, pessoas capazes de qualquer tipo de realização literária, para que pudessem ser colocadas sob instrução apropriada.

6. E entre eles. Sem dúvida alguma, vários jovens da nobreza de outras províncias; mas os quatro mencionados aqui eram judeus e supõe-se terem sido todos de linhagem real.

7. Aos quais o chefe dos eunucos deu nomes. Esta mudança de nomes era um sinal de domínio e autoridade. Era costume dos proprietários impor novos nomes aos seus escravos; e, muitas vezes, os governantes, ao subirem ao trono, assumiam um nome diferente do que tinham antes. Daniel significa "Deus é o meu Juiz." Mudaram-lhe o nome para Beltessazar; em Caldeu, “O tesouro de Bel." Hananias significa "O Senhor tem sido gracioso para mim," ou “Aquele a quem o Senhor é gracioso." Este nome foi mudado para Sadraque, Caldeu, que tem sido traduzido de diversas formas: "A inspiração do sol"; "Deus, o autor do mal, seja propício para connosco";  "Que Deus nos preserve do mal". Misael significa "Aquele que vem de Deus”. Chamaram-lhe Mesaque, que em Caldeu significa "Aquele que pertence à deusa Sesaque", uma célebre divindade dos babilónios, citada por Jeremias, capítulo 25:26. Azarias, que quer dizer "O Senhor é o meu Ajudador", mudaram para Abed-nego, que em Caldeu é "O servo de Nebo" que era uma das suas divindades.

11. Então disse Daniel a Melzar. Melzar era um oficial subordinado a Aspenaz, cuja ocupação era atender à alimentação, ao vestuário, etc., desses cativos reais.

12. Dê-nos legumes a comer. Sementes ou grãos, tais como cevada, trigo, centeio, ervilhas, etc. Embora uma dieta vegetal pudesse ter produzido esta salubridade de todo o sistema em geral, e, particularmente, do semblante, como mencionado aqui, devemos, contudo, entender que houve uma bênção especial de Deus nisto, porque esta dieta livre foi considerada num contexto religioso.

21. O primeiro ano do rei Ciro. Isto é, até ao fim do império caldeu. E encontramos Daniel vivo no terceiro ano de Ciro; ver cap. 10:1.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

Capítulo 1

         Este capítulo começa por dar um breve relato da conquista da Judeia por Nabucodonosor, ocasião em que Jeoiaquim ficou-lhe tributário; e, consequentemente, o cativeiro de setenta anos e a vassalagem tiveram o seu início, 1-2. Nesta expedição (tomando o Egipto no seu caminho), o rei da Babilónia traçou o fim do terceiro ano de Jeoiaquim, mas não tomou Jerusalém antes do nono mês do ano seguinte. Daí a discrepância aparente entre Daniel e Jeremias (cap. 25: 1), um contando o tempo a partir do momento em partiu para esta expedição e o outro, a partir do momento em que esse propósito foi realizado. Em seguida temos um registo da forma como Daniel e seus companheiros foram criados na corte do rei, 3-7. Eles rejeitam a provisão diária de carne concedida pelo rei, para que não se contaminassem e são autorizados a alimentar-se de legumes, 8-16. Sua grande proficiência na sabedoria da época, 17-20. Daniel prospera até o reinado de Ciro, o persa, 21.

        1. No terceiro ano do reinado de Jeoiaquim. Este rei foi elevado ao trono da Judeia no lugar de seu irmão Jeoacaz por Faraó-Neco, rei do Egipto, 2 Reis 23:34-36 e continuou a pagar-lhe tributo durante os três primeiros anos do seu reinado. Mas no quarto, que era o primeiro de Nabucodonosor, Jer. 25: 1, Nabucodonosor derrotou totalmente o exército egípcio perto do Eufrates, Jer. 46: 2; e esta vitória colocou os países vizinhos da Síria, entre os quais a Judeia era o principal, sob a governação da Caldeia. Assim, Jeoiaquim, que anteriormente tinha sido tributário do Egipto, tornou-se agora vassalo do rei da Babilónia, 2 Reis 24:1. Ao fim de três anos, Jeoiaquim rebelou-se contra Nabucodonosor que, então ocupado com outras guerras, não procedeu contra Jerusalém até três anos após, que foi o décimo-primeiro e último de Jeoiaquim, 2 Reis 23:36. Existem algumas dificuldades na cronologia deste lugar. Calmet tem uma visão um pouco diferente desses relatos. Ele encadeia a história assim: Nabopolassar, rei da Babilónia, descobrindo que um dos seus oficiais que ele colocara como governador da Coelesíria e Fenícia tinha-se revoltado contra ele e formado uma aliança com o rei do Egipto, enviou Nabucodonosor, seu filho, a quem investiu de autoridade real, para subjugar essas províncias, como era costume entre os orientais quando o herdeiro presumido era enviado numa importante expedição ou embaixada. Este jovem príncipe, tendo sufocado a insurreição naquelas partes, marchou contra Jerusalém cerca do fim do terceiro ou início do quarto ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá. Ele logo tomou a cidade e colocou Jeoiaquim em cadeias com o propósito de levá-lo para a Babilónia; mas, mudando de ideia, permitiu que ele retomasse as rédeas do governo sob certas condições opressivas. Nesse ano começaram os setenta anos do cativeiro babilónico. Tendo Nabopolassar morrido nesse ínterim, viu-se obrigado Nabucodonosor a retornar rapidamente para a Babilónia, deixando com os seus generais a condução dos judeus cativos para a Babilónia, entre os quais se encontravam Daniel e seus companheiros.
        2. Parte dos utensílios da casa de Deus. Ele tomou os mais ricos e finos dentre eles para o serviço do seu deus Bel e deixou o que fosse necessário para o exercício da adoração pública de Jeová; porque, deixando Jeoiaquim no trono, ele apenas colocou a terra sob tributo. A terra de Sinar. Era este o antigo nome da Babilónia. Veja Gén. 11: 2. A casa do tesouro do seu deus. Este era Bel, que tinha um esplêndido templo na Babilónia e era o deus tutelar da cidade e do império.