segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

No Limiar de Nova Era

Já ouviu falar de “Nova Era”? Segundo uma escritora cristã, este é um assunto que se está a tornar "cada vez mais popular, tanto em jornais e revistas, como em programas de televisão e conferências". Estou certo de que ela tem razão. Quem estiver atento aos programas dos vários canais de TV nacionais, tem o hábito de ler os vários anúncios expostos em paredes e vitrinas da cidade, ou ceda à curiosidade de ler muitos panfletos distribuídos a mão, pelas ruas, notará, em muitos deles, a presença do pensamento, dos ensinos e de práticas enquadradas no espírito e no projecto do movimento da Nova Era, com objectivos claros ou menos revelados. Na verdade, não ouvimos a expressão “Nova Era” da boca das pessoas, porque muitas delas, talvez, nem a conheçam. O que encontramos nelas é o pensamento, as atitudes, as crenças, os símbolos, etc., etc. Dir-se-ia que é um vírus letal, de efeito extremamente retardado e que já vai assumindo contornos epidémicos, um espírito que se apossou de todos os sectores da sociedade, sem que da sua presença se aperceba, uma inconsciente adopção de e participação em um projecto que, provavelmente, seria por muitos descartado, se dele conhecessem todos os contornos.
Continuando, a escritora atrás citada escreve: “Uma nova era? Sim, a humanidade a deseja muito, pois a ‘velha era’, na qual vivemos, apresenta-se cada vez mais obscura”. Entendamo-nos melhor: Que é esta “velha … cada vez mais obscura era” que deve dar lugar a “nova era”, supostamente mais iluminada?
Bem, há dois mil anos, o mundo estava entrando numa nova era, com o advento do Menino de Belém que viria a ser o nosso Bendito Senhor Jesus Cristo. Esta era fora anunciada e preparada, por Deus, durante milénios, segundo um plano previamente estabelecido, conforme o apóstolo Paulo, desde a fundação do mundo. No momento certo, Deus completou o plano, conforme vem expresso em Gálatas 4:4,5. “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adopção de filhos.”
O mundo precisava dessa vinda. As condições morais, sociais, religiosas, espirituais e psicológicas da humanidade reclamavam uma intervenção urgente. Os judeus, com a sua esperança da vinda do Messias, através da sua diáspora, tinham disseminado pelo império romano esta crença, e as nações estavam à espera. Quando o menino nasceu, vieram os reis do oriente à procura dele, em Jerusalém.
O propósito de Deus para a vinda de Seu Filho unigénito está declarado em toda a Bíblia e, em particular, nos Evangelhos. Veio buscar e salvar o que se havia perdido, restaurar a imagem de Deus no homem e resgatar a criação, entretanto usurpada por Satanás, o príncipe das trevas.
Os dois mil anos da era de Cristo, a “Era Cristã”, assistiu ao levantamento e apogeu da Igreja de Jesus Cristo que, enquanto realidade sobrenatural com uma expressão natural, visível, institucionalizada, tem alternado períodos de grande pujança e glória (espirituais, entenda-se) com períodos de quebra, períodos esses coincidentes com as fases em que ela mais se tem aproximado de Deus, em submissão à Palavra e à liderança do Espírito Santo, ou em que se apostatou, tornando-se negligente para com as Sagradas Escrituras e desobediente a Deus. Chegou ao ponto em que não podia mais dizer “não tenho prata nem ouro”, muito menos “em nome de Jesus Cristo o nazareno, levanta-te e anda”.
Satanás nunca deu tréguas à igreja deixando de lutar contra os propósitos redentores de Deus. Tem jogado com os erros e falhas da igreja. Agora põe na boca dos seus servidores, os mentores e agentes da nova era, o discurso da falência da Igreja, a afirmação de que Jesus Cristo não conseguiu trazer “paz, unidade, prosperidade, bem-estar”, felicidade, ao mundo e que, por conseguinte, está na hora de inaugurar uma “nova era”, sob os auspícios de um novo grande mestre ou avatar, um novo “cristo”, o qual cumprirá as promessas não honradas do Cristo da Igreja.
Os mentores da nova era são muitíssimos e influenciam de maneira variada esse seu movimento. Um deles, a autora esotérica Alice Ann Bailey, que viveu entre 1880 e 1949, escreveu O Reaparecimento de Cristo, obra na qual identifica “quatro eras que já se passaram pela Terra”, afirmando que estaremos, em breve, a inaugurar a quinta era, a de Aquarius. As quatro primeiras foram a dos Gémeos, a do Touro, a de Carneiro e a de Peixe que é a nossa actual era cristã, no dizer dos mestres do movimento, uma era violenta e negra de que Jesus foi responsável, na qualidade de principal avatar. Outra autora importante dentro desse movimento foi Marilyn Ferguson. Sua ousadia a levou a afirmar que o que o Cristianismo, dominante nestes últimos dois mil anos, falhou em alcançar para a humanidade já não é mais relevante, que a era de Aquário trará “um milénio de luz e de amor”. Bem afirmou o Senhor dizendo que “o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir…” e que o diabo é o “mentiroso e pai da mentira.” Com afirmações desta natureza, a fé em Jesus e a lealdade à Palavra de Deus têm sido confrontadas em muitos corações e muitos têm caído da sua firmeza. Estamos chegando aos tempos a respeito dos quais o Senhor declarou “por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” e perguntou “quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”
Uma conclusão a que, facilmente, podemos chegar, a partir destas considerações, é que o movimento da nova era procura um sucedâneo, uma alternativa, para Jesus Cristo e Sua Igreja e que entende mal, ou ignora rotunda e conscientemente a natureza da Igreja Cristã genuína e o escopo do ministério de Jesus Cristo entre os homens. A sua esperança é alimentada no panteísmo oriental com a sua crença na totalidade e unidade da realidade e na evolução das coisas e dos seres, como encontrada nas religiões orientais, fatalistas, em especial no budismo e no hinduísmo. Para afirmar a aproximação de uma era de paz, unidade, amor, conhecimento, prosperidade e justiça na Terra, toma “emprestado o optimismo do cristianismo e a ciência ocidental enquanto rejeita a visão judaico-cristã de Deus.” Lúcifer, adversário de sempre do Filho de Deus, nunca deixou de Lhe atirar frechas e cobiçar o lugar. Como o Senhor elegeu os Seus discípulos para Seus agentes neste mundo e lhes deu o Seu Espírito Santo para poderem continuar a Sua obra, Satanás também se aproveita de seres humanos incautos e separados de Deus e faz deles seus servidores, participantes do seu ímpio espírito, mediante ilusórias promessas de êxito, ou sob intimidação. Os seus objectivos incluem “a supressão do evangelho, a perseguição aos cristãos e o estabelecimento de um governo mundial sob o poder do anticristo”. Podemos estar certos, não obstante, de que nem todos os seguidores e adeptos do movimento da nova era têm a consciência destes objectivos luciféricos e, em geral, nem conhecem o propósito de Deus, na Bíblia, para a humanidade. Como é o caso de um amigo que me dizia, há dias, “eu também sou um cristo.” Assim é que o Senhor nos avisou contra os muitos “cristos” que haveriam de aparecer no mundo, aqui e ali, quando o tempo do Seu regresso se aproximasse, dizendo: “eu sou o Cristo”. E o Senhor advertiu: “não lhes deis ouvidos; são falsos Cristos”.

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