quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Professor de Bíblia do Adulto

Ensino da Bíblia e Relevância
Por Esther Lense (continuação)
  
           Isso nos leva à nossa segunda palavra - comunicação. Eu garanto-lhe, é muito mais fácil deixar as verdades da mensagem da Bíblia, na antiguidade bíblica, encadernadas seguramente entre capas de couro. Mas ao fazê-lo falhamos em apontar a sua mensagem relevante para a nossa vida hoje.  Para trazer a Palavra à vida, nós precisamos de comunicá-la! Agora, eu sei que você está a dizer: "Bem, claro, isso é o que eu faço todos os domingos.  Afinal, o que é ensinar senão comunicação?" Bem, isso depende da relevância do seu ensino.
           Se formos monótonos em nossas atitudes, desleixados na nossa preparação, dispostos a deixar que a Bíblia permaneça inofensivamente no passado, então, não, não, não estamos a comunicar!  Mas nós temos alegria em tornar o nosso ensino aplicável, uma suprema confiança na justeza da Palavra de Deus e no poder do evangelho para este minuto, então, transmitiremos esse fervor e alegria àqueles que estão na nossa classe.
           Esta é a mensagem de Paulo em sua carta aos Colossenses: "Então, naturalmente, nós proclamamos Cristo!  Alertamos a todos que encontramos, e ensinamos a todos os que podemos, tudo o que sabemos sobre Ele, de modo a que, se possível, possamos trazer cada homem até à sua maturidade plena em Cristo Jesus.  Isto é o que eu estou a fazer em todo o tempo, com toda a força que Deus me dá" (Colossenses 1:28-29, Phillips).
           Este é o objectivo da comunicação! Viver, respirar e transpirar a Palavra de Deus. Uma definição de comunicação dada pelo dicionário é passar conhecimento ou informação de uma pessoa para outra.  Esta é uma excelente definição! Gosto disto!  Particularmente quando posso aplicá-la à Palavra.  Não há nada que eu gostaria de espalhar à volta mais do que o conhecimento do amor e da compaixão e da majestade de Deus e do meu Salvador.
          Talvez eu tenha escolhido uma palavra estranha para os meus propósitos, quando eu disse que temos de transpirar a Palavra.  Em certo sentido, transpirar significa "espalhar em todas as direcções." Paulo di-lo tão bem: "Porque nós somos o aroma de Cristo para Deus entre aqueles que se salvam e entre aqueles que se perdem, para uns, uma fragrância de morte, para morte, para outros uma fragrância de vida, para vida.  Quem é suficiente para estas coisas?  Porque nós não somos, como tantos outros, traficantes da palavra de Deus, antes, como homens de sinceridade, enviados por Deus, à vista de Deus, falamos de Cristo" (2 Coríntios 2:15-17, RSV).
           Temos definido as regras do nosso próprio jogo especial - comunicar por meio da relevância! Viver, respirar, ensinar a Palavra de Deus e a salvação de Jesus Cristo em cada momento da nossa vida, em cada pensamento do nosso dia, em cada acção que praticamos. E, ao fazê-lo, como podemos nós deixar de ser os ganhadores neste jogo que chamamos de vida!  E como ganhadores, nós, como Paulo, receberemos a coroa de louros da vitória e ouviremos dos lábios do Mestre: "Muito bem, servo bom e fiel; entra no teu descanso eterno comigo e com os santos."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Professor de Bíblia do Adulto

Ensino da Bíblia e Relevância
     
Por Esther Lense
          Para muitas pessoas, o
 nome do jogo, estes dias, parece ser "relevância." Encontramos este termo que está a ser jogado contra nós em conexão com quase todos os tópicos, da psicologia aos anúncios de creme de barbear e desodorizantes. Ou a coisa é "comunicação"? Isto, também, temos introduzido em nós. Somos instados a comunicar melhor uns com os outros, com os nossos filhos, com os nossos cônjuges, com o mundo inteiro em torno de nós! Assim, agora a pergunta é - Como nos relacionarmos e como comunicar ao ensinar a Palavra de Deus?
          
Se queremos ser relevantes, podemos encontrar muitos exemplos adequados disso na Bíblia. Que relevância estava Jesus a apontar quando Ele disse às pessoas que elas eram o sal da terra? Ou quando Ele chamou a Si mesmo a Videira Verdadeira? Ele estava simplesmente a fazer uso da relevância de objectos cotidianos com os quais os ouvintes estavam familiarizados. As parábolas são ensaios breves excelentes em relevância. Muito bem! Mas existem muito poucos de nós que têm o dom de falar em parábolas. Isto é, sem dúvida, uma arte. Mas há uma maneira muito mais simples de fazer nossas lições relevantes.
          
O primeiro passo é simples - mas crucial. Ao determinar o tema da lição para um determinado domingo, dê a si próprio tempo para crescer na "sensação" do mesmo. Evite, por todos os meios, ser um preparador de lição de sábado à noite. Nenhum de nós gostaria de admitir ser um professor deste tipo. Não obstante, tenho a certeza de que todos nós temos sido culpados disso em alguma ocasião. Mas, para além do sentimento de frustração que vem de ficarmos mal preparados, temos negado a nós mesmos a alegria de uma relação nova e desafiadora com o material bíblico.
          
Comece a pensar na lição do próximo domingo quando deixar a sua sala de aula neste domingo! Torne-se uma esponja, se você gostar, absorvendo todas as fases do material. Mas - e esta é a questão importante - não se atenha apenas ao conteúdo da lição, ou ao material de fundo bíblico, ou mesmo à própria Bíblia. Treine-se para ver cada lição nos eventos que estão acontecendo a cada dia. Leia a mensagem em notícias diárias. Tome as personagens bíblicas e ponha-as em roupas modernas e ambientes modernos. Isto é ensino bíblico relevante. 
             Encontrei uma maneira de tornar relevante uma série de lições. Essa série era sobre personalidades do Velho Testamento.  Pus Caleb e Bezalel em fatos de macaco e tornei-os artesãos lutando com as pressões do século XX.  Meti Isaías em um fato de negócio e o coloquei na Assembleia das Nações Unidas.  E os problemas que encararam em suas novas colocações foram quase paralelos aos problemas que encontraram nos tempos bíblicos.  E suas soluções foram certamente semelhantes. Enquanto escrevo isto, eu posso mesmo ver um Josué em shorts de caqui, em pé, ao lado do General Dayan. E tenho certeza de que o que ele disse em 1250 A.C. é exactamente o que ele diria em A.D. 1972.  A Bíblia pode ser tornada viva hoje!  Ela não é só uma colecção de histórias sobre coisas e pessoas do passado. É uma história viva, com respiração, tremendamente excitante e emocionante, que é relevante agora!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Professor de Bíblia do Adulto

Ensinar para Transformar
Por W. Goddard Sherman (continuação)


         É sempre uma alegria prestar culto num edifício de igreja que é lindo. Com efeito, muitas congregações não poupam em despesas para renovar e melhorar as instalações da igreja e terem certeza de que esta beleza é alcançada.  Elas têm um grande cuidado para ver que o edifício da igreja seja moderno e esteja em dia com todas as novidades e confortos. Isso é bom, pois devemos ter orgulho em fazer a casa de Deus um lugar de beleza. Mas a triste verdade é que muitas pessoas gastam tempo e dinheiro modernizando o edifício e equipando-o com as mais recentes e melhores conveniências, enquanto, ao mesmo tempo, permitem a vida espiritual da igreja deteriorar. A educação cristã que realiza a sua função vital ajudar-nos-á a ver que Deus não se agrada de que as instalações de uma igreja esteja em boa ordem, à custa da degradação da nossa vida espiritual.
         
Temos de crescer também em profundidade espiritual, a fim de descobrirmos, em acréscimo ao poder transformador de Deus, Sua energia santificadora e mantenedora. O cristianismo não é simplesmente uma filosofia de vida, nem um sistema de ética, apesar de ambos serem jóias da nossa fé. Cristo é o companheiro diário dos que confiam nEle. A vida é cheia de estradas irregulares, obstáculos desgastantes e tentações incontáveis. A nossa própria magra força humana não é capaz de nos impedir de cair. Cristo deu-nos a promessa de que Ele está sempre ao nosso lado, para sustentar e defender. Esta Presença permanente é o nosso tesouro especial. O salmista tinha escrito: "Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel."  E como é reconfortante a promessa do nosso Salvador: "Eis que estou convosco todos os dias!"
      Uma fé crescente é uma fé posta em uso. 
Na verdade, é apenas quando utilizada que a fé pode continuar a crescer. Se o nosso cristianismo não é mais do que uma relíquia do passado, estará tão morto como uma peça de museu. Está na moda colocar uma semente de mostarda em uma caixa de vidro pequena e usá-la como adorno em torno do pescoço. Deve ser lembrado que esta pequena semente assim fechada na caixa não pode crescer. Contudo, Jesus salientou que esta que é a menor de todas as sementes pode se transformar em uma grande árvore. A lição é clara: a fé cristã enterrada em uma sala de aula - ou num ritual da igreja, para esse propósito! - está sem vida. A aprendizagem cristã envolve a transformação do coração, bem como da mente. O propósito de cada classe da escola dominical deve ser ajudar-nos a crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a ser Suas testemunhas.
        Cada professor eficiente deve ter uma meta definida, e um programa bem definido para alcançar essa meta. 
Sagrado demais para o acaso é a responsabilidade do ensino cristão. Muito simplesmente, o objectivo é muito mais do que uma "lição" que preenche o tempo definido, muito mais ainda do que a apresentação de factos. O nosso objectivo são vidas transformadas que irão dar testemunho da graça e da glória de Cristo. Ensina para transformar!

sábado, 18 de setembro de 2010

O Professor de Bíblia do Adulto

Ensinar para Transformar
    Por W. Goddard Sherman

           O professor é muito mais do que uma fonte de informação.  Transmitir factos é apenas uma parte da responsabilidade do professor.  Nós não ensinamos apenas para partilhar conhecimentos, mas para transformar vidas.  Assim que, a classe da Escola Dominical que permite a lição permanecer em uma época remota é um fracasso. Informação sobre a Bíblia ou os tempos bíblicos, deve ser compartilhada de tal forma que iremos encontrar ajuda para a vida e seus problemas hoje.
A Bíblia é um livro vivo; Deus é um Deus vivo; Cristo é um Salvador vivo.  Não estudamos a Bíblia apenas para aprender o que Deus disse aos israelitas; procuramos ouvir o que Ele está a dizer a nós hoje.
           O crescimento é o desafio emocionante com que o cristão é confrontado.  
O professor da Escola Dominical que tem sucesso confronta seus alunos cada semana com este desafio. Ele os ajuda a fazer-lhe face com uma fé fortalecida e um maior compromisso com Jesus Cristo.
           A vida transformada só é possível quando nos tornamos insatisfeitos com o que nós mesmos somos, e captamos uma visão daquilo que Deus quer que sejamos - e do que através de Cristo podemos ser! 
Só quando ficamos perturbados por uma sensação de estarmos perdidos nos empenhamos para encontrar-nos, a nós mesmos, e ao nosso destino em Deus. É bom possuir um ornato de factos; é sempre desejável ter uma riqueza de informações.  Mas procuremos ter a certeza de entendermos que a educação cristã genuína é mais do que isso.  É um preencher da nossa natureza espiritual, bem como o expandir da nossa mente.  A educação cristã faz mais do que ensinar-nos a respeito de Cristo; ela prepara-nos para sermos apreendidos por Cristo.
           É responsabilidade da educação cristã guiar-nos ao poder transformador de Cristo.  
Não podemos mudar as pessoas, mas Cristo pode.  Podemos compartilhar informações com os membros da classe.  Mas a transformação acontece enquanto os levamos a Cristo.  Uma analogia pode ser vista na força renovadora da primavera, vindo na esteira de um inverno frio e amargo.  A primavera toca a terra com novidade e poder de revitalização; o que parecia morto salta para a vida uma vez mais. Após o inverno de ferrugem e esterilidade chega a primavera do amor de Cristo. Nele somos trazidos de volta à vida, através d’Ele toda a vida reveste-se de esperança e propósito e toma direcção.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A Bíblia e a Vida Devocional

UM LÍDER ESPIRITUAL
           Têm sido usadas muitas expressões para descrever o papel do professor de adultos. Ele é um "aluno líder" ou "um líder de aprendizagem." Ele é um "treinador que joga", ou um "facilitador de experiências." Seja qual for a terminologia que se escolha para descrever o seu trabalho, o professor é mais do que aquele que simplesmente "serve informações no prato." Ele é um líder espiritual.
           "Como líder religioso, o professor está consciente da importância da qualidade da sua própria vida. Ele é sensível ao facto de que "a vida do professor é a vida de seu ensino." Ele é ávido de ver o fruto do Espírito a evidenciar-se em sua vida. Disse J. R. Miller das qualidades espirituais da vida de alguém: "A cultura humana, por si só, não as pode produzir. São frutos que não se cultivam no caule da natureza."
            Métodos e habilidades são importantes no ensino, mas eles são secundários. A tarefa do professor é primariamente religiosa. Se ele quiser aumentar a eficácia do seu ensino, deve dar atenção fiel à sua própria vida devocional. Que tremenda oportunidade cada um de nós, como professor, tem de fortalecer a sua vida devocional...!
           À medida que nos esforçamos (...) para levar outros a descobrir na Bíblia os abundantes recursos para nutrir a vida devocional, certamente vamos enriquecer as nossas próprias vidas. Professores e membros da classe podem compartilhar um novo senso da importância que a Bíblia dá ao viver pessoal. Só quando aceitarmos pessoalmente o desafio das lições (...), é que poderemos falar de forma significativa àqueles que participam das nossas aulas e que necessitam "de lançar-se ao aprofundamento" da vida cristã.
           O desafio ao professor para ser um verdadeiro líder espiritual é captado nas linhas de Horatius Bonar:
Tu mesmo deves ser verdadeiro,
Se queres a verdade ensinar;
Tua alma deve transbordar se tu,
Outra alma, almejas alcançar.
É preciso que o coração transborde
Para, aos lábios, discurso perfeito dar.

Pensa na verdade, e os teus pensamentos
A fome do mundo saciarão;
Fala a verdade, e cada palavra tua
Será uma semente fecunda;
Vive a verdade, e a tua vida será
Um grande e nobre credo.
- E.C.W. (Editor do Adult Bible Teacher, Vol. 62/Nº 3, 1972)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VEM E SEGUE-ME

(continuação)
         O que há de mais importante, na vida, do que andar com Deus e fazer-se conhecido d'Ele?
         A Bíblia traz a biografia de um homem que "andou com Deus". Não diz o texto sagrado que ele era rico, mas, também, não nos informa se ele, alguma vez, houvera padecido de necessidade que não tivesse sido suprida. Notavelmente breve é essa biografia, mas de uma beleza admirável. Encontra-se em Génesis 5:24 e diz: "E andou Enoque com Deus; e não se viu mais porquanto Deus para Si o tomou. Sobre isso, comentou-se:

             "O escritor desta pequena memória não relata que ele andara na alta sociedade, que se relacionara com os maiores, ou que fora o melhor amigo dos filhos dos poderosos da terra. Não! O seu amigo mais
chegado era Deus! Para ele a riqueza mais preciosa era andar com Deus. Talvez tivesse poucos amigos ou não os tivesse; contudo, não andava sozinho. Deus estava ao seu lado, ele seguia o seu Senhor e a Sua presença dava-lhe satisfação. Quanto poder há na proximidade do Omnipotente!"

          Para andarmos com Deus, temos de andar por fé e não por vista. Há momentos na vida em que não podemos falar da presença de Deus em termos de sentir, de sentimentos, assim como há dias em que não vemos o sol. Como é que sabemos, então, que Ele está connosco? Pela fé, assim como, não vendo o sol, sabemos que ele não deixou de existir, apenas não se fez visível. Sabemos que Ele está connosco porque honramos a Sua Palavra com a nossa obediência amorosa, porque conservamos a boa consciência à luz do Seu Espírito Santo, porque testemunhamos convictamente da Sua graça, enfim, porque Lhe damos a devida honra e o louvor que merece, Ele Se manifesta no meio do louvor do Seu povo. Ele estará, inquestionavelmente, perto de nós.
          Para caminharmos com Deus e O seguirmos por esta vida, temos de o fazer nas Suas veredas, "o caminho santo. O imundo não passará por ele, mas será para aqueles: os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão." Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; mas os remidos andarão por ele. Quem quer palmilhar esta elevada senda de santidade deve possuir mãos limpas e coração puro.
          E Enoque não se viu mais, porquanto Deus, para Si, o tomou.O comentador prossegue: "É a vida feliz para todo o sempre, o término da história de Enoque, o homem que seguiu ao Senhor, andou com Deus".
         Certa vez, uma criança contou assim este evento: "Enoque andou com Deus um dia; no outro dia também andou com Ele; no dia seguinte andou, e continuou a andar sempre, até que entrou em Casa com Deus". Quem andar com Deus aqui, andará com Ele na glória. Se quisermos a Sua companhia mais tarde, é necessário que nos acostumemos a possuí-la agora, seguindo o Mestre.
          Anda com Ele hoje, leitor, sejas jovem, adolescente ou criança, ou idoso. Anda com Ele amanhã. Anda com Ele em toda a tua vida, elegendo-O como a tua ambição número um. No dia glorioso que vem presto, verá o cumprimento da promessa inigualável: "comigo andarão em vestidos brancos, por toda a eternidade". Busca ao Senhor, teu Deus e faze-Lhe uma oração, dizendo-Lhe que tens muitos desejos, sonhos, frustrações talvez, que tens falta de muita coisa que gostarias de possuir, mas andar com Ele é a tua maior aspiração, e estás disposto a abrir mão de tudo, menos da Sua companhia, na expectativa gloriosa de entrares com Ele em "Casa".
          Dize-Lhe em oração: "Ensina-me, Senhor, a compreender que um grande espírito pode viver numa casa pequena; que as atitudes semelhantes às de Cristo valem mais do que toda a riqueza do mundo; que confiar em Ti é libertar-me de preocupações. Ensina-me a amar ao próximo com todo o coração, a ser recto e que, ao seguir-Te, descubra a Tua vontade para a minha vida neste mundo e no céu. Amém."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

VEM E SEGUE-ME

(continuação)


          Ao dirigir o convite "Vem e segue-me" ao jovem rico do Evangelho de S. Marcos 10, Jesus está a dizer que ser rico , em si, não é mau. não há só ricos maus, mas bons também. Como, aliás, é sabido que nem todos os pobres são bonzinhos. São exemplos de homens ricos que serviram a Deus: Abraão, Job, José de Arimateia, Lídia... A Bíblia não ensina a virtude de ganhar o pão com o suor do seu rosto e oferece a bênção de Deus sobre o trabalho honesto. Se não tenho quanto dinheiro necessito, Deus me ensina como obtê-lo: ele me dá seis dias para trabalhar, o repouso da noite e um dia de descanso, para que seja saudável, produtivo, e veja a recompensa. Ele quer que faça planos sábios, viva com modéstia e seja generoso na hora de dar. Que façamos tudo no nome do Senhor Jesus.
          João Wesley, conhecido como o homem de um livro, a saber, a Bíblia Sagrada, aconselhou aos cristãos do seu tempo: "ganhe quanto puder, poupe quanto puder e dê quanto puder." Estas atitudes agradam a Deus, são justas no relacionamento com o próximo e enriquecem a vida. Se a minha família é pobre e sem recursos, devo estar ciente de que Deus nos ama e quer ajudar. Mas fá-lo melhor quando O seguimos e n'Ele confiamos. Devo fazer tudo o que humanamente me for possível. Depois, restar-me-á o dever de confiar inteiramente em Deus. Ele nos ajuda mesmo quando não recebemos  tudo o que possuem os outros crentes. Precisamente nas circunstâncias mais difíceis eu confio no Seu amor e providência e faço a minha oração: "Talvez não tenha tanto como desejaria, mas confio no meu Pai Celestial. Talvez não tenha tanto como o meu vizinho, mas desejo que o espírito de amor de Deus me livre de ciúmes, suspeitas, ressentimentos e roubo."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

VEM E SEGUE-ME

(continuação)
          Da perspectiva bíblica, nós que somos da fé não somos pobres nem insignificantes, como pensam os outros. Quando o apóstolo Paulo diz "pobres, mas enriquecendo  a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo" (2 Cor. 6:10), mostra a superioridade dos valores cristãos aos mundanos, a oposição dos conceitos materialistas aos espirituais. Na óptica divina, a fé é mais importante do que o alimento. Quer isso, então, dizer que Deus prefere ver-nos pobres e indigentes? É evidente que não. Para que criou Ele o ouro e a prata e todos os tesouros deste mundo? Só para dizer "minha é a prata e meu é o ouro" e fazer figura? Não, mas para benefício do homem, a fim de que o uso que este deles fizer seja legitimado pelas acções de graças e pelo louvor prestados ao Criador.
          Mas importante, ainda, é dizer que Deus não deseja que a atitude para com a riqueza material destrua a nossa fé na Sua protecção, nem a nossa compaixão para com o nosso semelhante. Podemos falar, neste contexto, da compaixão que reparte os bens espirituais, em resumo, o evangelho salvador de nosso Senhor Jesus Cristo. Gastamos o nosso tempo todo com o nosso auto-conforto, material, espiritual, e não vamos atrás dos que definham e morrem na falta deles. Será que a falta de vitalidade nas igrejas modernas não se deve a essa avareza característica dos cristãos modernos que açambarcam todos os benefícios espirituais e não compartilham? Se "dar é viver", convenhamos que "não dar" não pode, também, ser viver. Compartilha com o próximo as misericórdias de Deus concedidas através da cruz do Calvário e experimentarás o avivamento que tanto tens reclamado em oração. Doutro modo, os canais da graça de Deus, que trazem refrigério, continuarão bloqueados e as almas minguando. Não te dês ao comodismo e à avareza, de dedicar todo o teu tempo a trabalhar para sustentar a tua casa, mas edifica também casa ao Senhor, como David (2 Sam.7).
          Quando Jesus nos convida "Vem e segue-me", adverte-nos contra a avareza e oferece-nos o Seu próprio exemplo: "as raposas têm covis e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça." Note bem: se eu fixo demais o meu pensamento nas pessoas que têm melhor condição económica que a minha, abro o espírito à inveja. Satanás começa a sugerir pensamentos perigosos: devo possuir mais; não é justo que ele tenha mais do que eu; não se pode ser rico e honesto simultaneamente; será justo tirar-lhe um pouco, logo que possa. Todos esses são pensamentos mundanos que podem degenerar em más atitudes e ou acções. Vamos xingar Fulano, porque é rico, logo, desonesto.
          Não deve reinar um espírito ciumento entre os cristãos. A cobiça não produz dinheiro; com frequência conduz a actos desonestos de roubo e sabotagem. O ressentimento para com o rico não põe mais pão na mesa, só envenena o espírito.
(continua)

domingo, 5 de setembro de 2010

VEM E SEGUE-ME

          Encontramos estas palavras no Evangelho de S. Marcos, capítulo 10, versículo 21. Fazem parte do relato da entrevista que Jesus concedeu a um jovem desejoso de ser candidato à vida eterna. O Mestre ensinou-lhe que devia ser cumpridor dos mandamentos divinos. Ele respondeu que os tinha cumprido desde a sua mocidade. Jesus olhou para ele, amou-o, mas não deixou de o fazer saber que lhe faltava "uma coisa". Era muito rico. O que lhe faltava, ficou a saber pouco depois, era desprender-se de tudo quanto possuía vendendo-o e distribuindo o produto entre os pobre e, disse-lhe o Senhor, "Vem e segue-Me".
          Este convite de Jesus é dirigido também a mim e a ti. Ao me fazer o convite, o Senhor quer tornar-me ciente da necessidade que tenho de O seguir todos os dias da minha vida, em todas as circunstâncias. Em privado, ou em comunidade. Ele não só deseja salvar-nos do pecado, como, também, ajudar-nos no cultivo de um espírito de semelhança com Ele, que me torne a vida plena e satisfatória.
          Bem cedo na vida compreendemos que a maior ambição do homem, em geral, é ater-se a uma condição económica e financeira boa, estável, invejável... E descobrimos que não somos excepção. Não chegar lá resulta, em muitos casos, em infelicidade, desgosto, frustração.
          Talvez a verdade mais importante, pela qual Ele deseja ver-nos orientar nossas vidas, seja a de crescer no espírito e não em comodidades. O alimento e o vestuário requerem dinheiro, mas o espírito do homem nutre-se de oração a Deus, da escolha das melhores atitudes e do altruísmo que socorre aos que estão em maior necessidade do que nós.
          A avareza não é de cristãos. A avareza é o excessivo desejo de ajuntar riquezas. É mesquinhez. É ter horizonte curto. É doentia. "Não podeis servir a Deus e a mamom (riquezas)." A avareza é o espírito do mundo.
          Se a ciência da economia considera a produção de riqueza como o alvo principal da vida, Jesus, porém, ensina algo quase diametralmente oposto. O dinheiro é útil, mas devo tratá-lo, sempre, como de importância menor que as qualidades do espírito. Como subalterno e não como superior.
          Dominado por cobiça, veio um homem ao encontro de Jesus, para que Ele fizesse ao irmão repartir com ele a herança. Recebeu a repreensão: "Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" Aos circundantes, disse o Mestre: "Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui." (Lucas 12:13-15).
          Como teria respondido Jesus, se o homem tivesse inquirido: "Que devo fazer com a herança, para proceder rectamente?" A resposta teria sido mais do que provável "Divide-a. Trata o teu irmão como gostarias que ele te tratasse a ti."
          Certamente que há muita coisa boa, útil e necessária que podemos adquirir se ganharmos ou obtivermos mais dinheiro: mais comida, uma casa melhor, melhor roupa, melhor viatura, mais recreação, melhor saúde, qualidade de vida, diz-se hoje em dia. Deus sabe isso, mas avisa-nos que um espírito avarento pode custar-nos o lar celestial. Com respeito a adquirir e a gastar dinheiro, conhecemos bem a recomendação do Senhor "Buscai, primeiro, o reino de Deus e a Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
          Há muita gente que está a dizer: "Eu não tenho tempo para a igreja (entenda-se para pensar em Deus ou em coisas espirituais); tenho de trabalhar para sustentar uma família, solver compromissos... Trabalho todos os dias, de manhã à noite." Fui pastorear uma igreja, vinte anos atrás, que tinha dois vizinhos, a exemplificação literal desta afirmação. A oficina de um deles era barulhenta todo o dia, todos os dias, a outra silenciosa, mas ambas pareciam não se fechar, nem de dia, nem de noite. Ambos eram muito simpáticos, amigáveis, mas não tinham tempo, senão para sustentar a família e pagar as contas, com o suor do seu rosto. Parece que haviam estado no Éden quando Deus sentenciou Adão; tomaram muito a sério a sentença.
          Não aceitar o convite do Mestre "Vem e Segue-me" impede que experimentes a verdade cativante que há no Seu ensino concernente à dependência da mão provedora e generosa de Deus: "Buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

sábado, 4 de setembro de 2010

Dez Mandamentos para os Pais de Família

De "O Arauto da Santidade"
         O sétimo mandamento para os pais de família é Procurarás Manter-te Bem Disposto. Não há nada melhor que um sorriso para aliviar as cargas da vida. O bom humor é um dos dons mais preciosos que Deus nos deu. Por isso devíamos cultivá-lo sempre.
           Devíamos alegrar-nos e rir-nos com os outros - não rir-nos deles. Isso distingue entre a boa disposição e o sarcasmo. O sarcasmo destrói as boas relações entre os seres humanos. João Wesley disse: "Piedade com amargura é a religião do diabo." "Quem canta, seus males espanta", diz o povo. Por isso aprendemos na Bíblia que devemos louvar com salmos, hinos e cânticos espirituais. Isto caracteriza a religião de Jesus Cristo "piedade com alegria" ou "piedade com contentamento", como diz Paulo a Timóteo (1 Timóteo 6:5).

          O oitavo mandamento manda: "Tratarás com igualdade todos os teus filhos". Os filhos não poderão ser tratados todos da mesma maneira. Cada qual tem as sua personalidade e, como tal, tem as suas necessidades particulares. Mas todos devem ter o mesmo valor, como filhos.
         Um exemplo da Bíblia, das consequências gravosas de não tratar os filhos com igualdade é o caso de Isaque que preferia a Esaú, e Rebeca que preferiu Jacob - resultou na divisão da família - só Deus, mais tarde, acalmou os ânimos desunidos.
        
          O nono mandamento introduz a disciplina, ordenando: "Usarás Disciplina". Muitos confundem disciplina familiar com castigo. A palavra "corrigir" usada em Hebreus 12:6 significa "a educação total dos filhos." É a prova do amor paterno. A falta de disciplina no lar indica indiferença dos pais e não amor excessivo.

          Finalmente, o décimo: "Consentirás que os teus filhos saiam do lar a seu devido tempo." Em último lugar, mas nem por isso menos importante, vem o assunto da dependência dos filhos para com os pais. Bem-aventurados os pais e os filhos que não se separam antes do tempo, nem demasiado tarde.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dez Mandamentos Para os Pais de Família

(De "O Arauto da Santidade")

          Em quarto lugar, "Aprenderás a Ouvir". Em tempos tão difíceis como estes em que vivemos, com tantas solicitações e encargos, os pais devem aprender a arte delicada de ouvir com amor e de conversar com os filhos. Sobre o que? Sobre assuntos pessoais e sobre assuntos espirituais. Os pais devem saber falar e escutar.
          Também, em quinto lugar, "Terás tempo para atender a todas as necessidades dos teus filhos." Este preceito está subentendido nos Dez Mandamentos, mas lembramo-lo aqui. Um dos maiores problemas da nossa época é que, embora os pais dêem aos filhos todas as comodidades, não se dão a si mesmos em compreensão e amor. Quando assim não acontece, buscam compensação fora de casa. Esta é uma das causas da desintegração da família, e o seu maior perigo.
          Em sexto lugar, "Reconhecerás os teus erros e faltas como pai de família." Uma das coisas mais difíceis de fazer é precisamente isso: reconhecer os próprios erros. O salmista perguntou: "Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos" (Salmo 19:12).
          Reconhecer os erros próprios é uma virtude necessária. Quando, na família, não estamos dispostos a reconhecer as nossas faltas, geralmente culpamos as outras pessoas - a esposa, os filhos, ou ambos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dez Mandamentos Para os Pais de Família

De O Arauto da Santidade
          O segundo mandamento é: Deverás estar mais interessado nas relações pessoais que em leis e regulamentos familiares.
          É necessário ter regulamentos e alguns são mais urgentes. Mas devem ser breves e fundamentais. As relações pessoais são mais importantes.
          A falta de atenção pessoal que muitos filhos enfrentam, condu-los, em muitos casos, a rebelião contra as normas estabelecidas. Há três necessidades básicas na criança: amor, respeito e consideração como pessoa. Se ela puder contar com estas três coisas, já não tende tanto a revoltar-se contra as normas morais estabelecidas.
          Em terceiro lugar, compartilharás a fé cristã. A Igreja e a Escola Dominical nunca poderão tomar o lugar dos pais no ensino da Palavra de Deus e em conduzir os filhos aos pés de Cristo.
          O exemplo é imprescindível no ensino, como dissemos atrás. Mas os pais devem também ensinar directa e verbalmente. Em Deuteronómio 6:6-7, Deus ordenou Moisés a instruir o povo nos seguintes termos:
          "Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dez Mandamentos Para os Pais de Família

De O ARAUTO DA SANTIDADE -  
          De vez em quando, lemos artigos em revistas que seguem o modelo dos Dez Mandamentos,  mas com outros temas. Alguém propôs dez mandamentos para os pais de família que são compartilhados e comentados a seguir. É natural que haja quem queira acrescentar ou suprimir alguns. No entanto, todos são importantes para o lar cristão.
          O primeiro é: Não darás mau exemplo.
          Costuma-se dizer que um bom exemplo vale mais que um milhão de palavras. Isto é aplicável também ao cristão. Os aspectos mais importantes da vida cristã aprendem-se através da observação e não tanto da aprendizagem na Escola Dominical. É por isso mesmo que, em muitos aspectos, os filhos reflectem a atitude dos pais.
          Certa vez um general americano chamado Lee, saiu de casa e ia andando. Depois de avançar um pouco, olhou para trás e verificou que o filhinho de oito anos vinha atrás dele, esticando as pernas para pôr os pés exactamente  nas peugadas do pai.
          Isto proporcionou-lhe, num relance, o pensamento de que devia ter muito cuidado com o seu comportamento, pois, era observado pelo filho, que o tomava por modelo.