quarta-feira, 16 de março de 2011

Daniel, o Profeta

Daniel 7:15-25
         15. Daniel ficou alarmado. As palavras, no original, são extraordinariamente enfáticas. "O meu espírito ficou abatido (ou adoeceu) dentro do seu estojo (ou bainha)."
         19. Suas unhas eram de bronze. Isto não é mencionado no sétimo verso, onde é feita a descrição da besta.
         21. O mesmo chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles. Os que consideram Antíoco como o chifre pequeno tomam o povo judeu como os santos. Os que o entendem como o papado, vêem nisso uma referência à perseguição cruel dos papas de Roma contra os Valdenses e Albigenses e a igreja Protestante em geral.

         25. Proferirá palavras contra o Altíssimo. "Ele falará como se fosse Deus." S. Jerónimo cita assim o Símaco. A ninguém isso se pode aplicar tão bem, ou tão plenamente, quanto aos papas de Roma. Eles assumiram infalibilidade, que só pertence a Deus. Eles professam perdoar pecados, o que só a Deus cabe.  Professam abrir e fechar o céu, o que só pertence a Deus. Eles assumem-se superiores a todos os reis da terra, o que pertence somente a Deus. E eles vão além de Deus em sua pretensão de desobrigar nações inteiras de seu juramento de fidelidade a seus reis, quando esses reis lhes não agradem! E magoará os santos. Por guerras, cruzadas, massacres, inquisições e perseguições de todo o tipo. Desta forma, o que é que não fizeram contra todos aqueles que protestaram contra as suas inovações, e se recusaram a se submeter à sua forma idólatra de adoração? Testemunham as cruzadas de extermínio publicadas contra os  Valdenses e Albigenses. Testemunham João Huss e Jerónimo de Praga. E cuidará em mudar os tempos e as leis. Instituindo jejuns e festas; canonizando pessoas a quem ele escolhe chamar santos; concedendo perdão e indulgências por pecados; instituindo novas formas de adoração totalmente desconhecidas da Igreja Cristã; novos artigos de fé; novas regras de prática; e anulando, com prazer, as leis tanto de Deus como dos homens (Dodd). Por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Em linguagem profética, um tempo significa um "ano"; e um ano profético tem um ano para cada dia. Três anos e meio (correspondendo um dia a um ano, como no capítulo 9: 24) darão um total de 1.260 anos, se contarmos 30 dias por cada mês, como fazem os judeus. Se entendermos aqui tratar-se do poder papal, como uma ponta ou poder temporal, o que é muito provável (e sabemos que esse poder foi conferido em 755 ao Papa Estêvão II, por Pepino, rei da França), contando 1.260 anos a partir daí, somos transportados ao ano 2015 AD. Mas eu nem insisto nestas datas nem tiro conclusões delas. Se a igreja de Roma se reformar, então, será a verdadeira igreja Cristã, e nunca será destruída. Que ela se desprenda de tudo o que é ritual judeu, tudo o que é pagão, tudo aquilo que pretenda ser de Deus e que é apenas humano, todas as doutrinas que não estão na Bíblia e todos os ritos e cerimónias que não foram indicados por Cristo e seus apóstolos; e então, todos saúdem a outrora Igreja de Roma, mas agora, após essa mudança, a Igreja santa, Católica! Todo o verdadeiro protestante desejaria antes a reforma do que a extinção dessa igreja.
Adam Clark - Comentário Bíblico  

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