Daniel 8:1-4
1. No ano terceiro do reinado de ... Belsazar. Chegamos, agora, mais uma vez ao hebraico, estando concluída a parte caldeia do livro. Como os caldeus tinham um interesse especial tanto na história como nas profecias de capítulo 2:4 até ao fim do capítulo 7, esta parte toda é escrita em caldeu. Mas, como as profecias que restam dizem respeito a épocas posteriores ao domínio caldeu, e relacionam-se principalmente com a Igreja e o povo de Deus, geralmente elas são escritas na língua hebraica, sendo esta a língua em que Deus escolheu revelar todos os Seus conselhos dados no âmbito do Antigo Testamento com relação ao Novo.
2. Eu vi numa visão. Daniel estava neste momento em Susa, que parece ter sido um lugar forte, onde os reis da Pérsia tinham a sua residência de verão. Era a capital da província de Elão, que tinha sido, muito provavelmente, adicionada aos territórios caldeus por Nabucodonosor, ver Jeremias 49:34-35. Aqui ficava a residência habitual de Daniel; e, embora estivesse aqui neste momento, ele, em visão, viu-se nas margens do rio Ulai. Este é o mesmo que o rio Euleus, o qual separava Susa ou Susiana de Elymais.
3. Um carneiro que tinha dois chifres. Na visão anterior havia quatro animais, indicando quatro impérios; nesta temos apenas dois, já que apenas dois impérios estão aqui em causa, a saber, o Grego e o Persa. O império babilónico não é mencionado; a sua sorte foi decidida antes, e estava agora no seu fim. O carneiro aponta para o império dos medos e persas, como é explicado pelo anjo Gabriel, vs. 20; e para Ciro, particularmente, que foi o fundador desse império. Um carneiro era o símbolo dos persas; e a cabeça de um carneiro com dois chifres, um maior que o outro, aparece como tal, em diferentes partes das ruínas de Persépolis. Este carneiro tinha dois chifres; isto quer dizer dois reinos, a saber, Média e Pérsia; mas um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. A Média, representada pelo chifre menor, era o mais antigo dos dois reinos. A Pérsia, o chifre maior, veio à existência mais tarde e, até ao tempo de Ciro, teve pouca importância histórica ou política. Mas no reinado deste príncipe e dos seus sucessores imediatos, a Pérsia atingiu uma importância política muito superior à que foi alcançada, em qualquer momento, pelo reino da Média; por esta razão se diz ter sido o maior, e ter chegado por último.
4. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente. Os persas, que são representados pelo carneiro, bem como o seu fundador, Ciro, empurraram as suas conquistas para oeste, para norte e para sul. O principal teatro de suas guerras, diz Calmet, foi contra os citas, a norte; contra os gregos, a oeste; e contra os egípcios, a sul. Ele fazia segundo a sua vontade. Não havia outra nação naquela época que pudesse deter o progresso das armas persas.
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