sábado, 23 de janeiro de 2010

ANDANDO NA LUZ

A SANTIDADE: COMO ALCANÇÁ-LA

(continuação)

“E com esta confiança quis primeiro ir ter convosco, para que tivésseis uma segunda graça.” (2 Coríntios 1:15).

Todos esses factos foram lembrados ao velho irmão de quem falávamos no início do capítulo; perguntámos-lhe se, depois de sessenta anos de experiência cristã, ele se sentia mais perto desse dom inefável de um coração limpo, do que quando começara a servir a Cristo. Com toda a honestidade, ele confessou que não. Perguntamos dele, então, se – conforme sua opinião – não achava que sessenta anos não eram suficientes para provarem a teoria de crescimento, se esta fosse verdadeira. Pensando afirmativamente, de imediato nós o convidamos a ir à frente e buscar aquela bênção. Assim ele fez, porém naquela noite não alcançou o que ansiava, apresentando-se uma vez mais na noite seguinte. Nem mesmo cinco minutos ficou de joelhos e já se levantou. Erguendo seus braços, exclamou, enquanto as lágrimas rolavam por suas faces e seu rosto se iluminava com um brilho celestial: “Quanto dista o oriente do ocidente, assim se afasta de nós as nossas transgressões” (Salmo 103:12). Ainda por algum tempo ele viveu a fim de testemunhar a pequenos e grandes desta maravilhosa graça de Deus em Cristo. Foi depois para o seio daquele Deus, a quem ninguém poderá ver sem desfrutar de santidade.

“Entretanto”, disse-me um homem, quando eu instava com ele para alcançar logo a santidade, “consegui-a ao me converter. Deus não fez meia obra comigo ao salvar-me. Realizou, sim algo de completo”.

“É verdade, Deus fez uma obra completa, irmão. Ao convertê-lo, Deus perdoou todos os seus pecados, todos eles – um a um. Não deixou metade dos mesmos imperdoados, mas apagou-os a todos, pondo como que uma nuvem espessa de maneira tal a nunca, jamais serem vistos. Ele também adoptou-o em Sua família e mandou de Seu Espírito Santo a seu coração a fim de contar-lhe um pouquinho das novas celestiais. Tal informação fê-lo sentir-se mais feliz do que se soubesse que é herdeiros de milhões de cruzeiros, ou que foi eleito governador do Estado, pois isto fá-lo herdeiro de Deus e co-herdeiro de todas as coisas com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Glória a Deus! Que grande coisa é ser converso. Mas, irmão, está você salvo de toda a impaciência, raiva e outros pecados do coração? Vive você uma vida santa?

“Bem, o senhor sabe, não encaro esse assunto exactamente como o senhor”, disse-me o homem. “Não creio que possamos ficar inteiramente livres de toda a impaciência e raiva nesta vida”. Assim, quando toquei mais intensamente nesse ponto, procurou retirar sua pergunta e começou a contradizer suas próprias afirmativas de que obtivera a santidade no momento em que se convertera. Tal como um amigo escreve, “ele prefere esconder a enfermidade a tomar o remédio.”

O facto é que nem a Bíblia e tão pouco a experiência provam que um homem alcança o coração puro ao se converter, bem ao contrário, tem seus pecados perdoados. Recebe, sim, a bênção da adopção, entrando para a família de Deus, tendo suas afeições mudadas. Antes, porém, que vá mais adiante, verá que sua paciência está se misturando a pouco e pouco juntamente com a impaciência, sua delicadeza com a ira, sua mansidão com a raiva (a qual é do coração e pode não ser vista pelo mundo, mas do qual o Cristão é dolorosamente consciente), sua humildade misturada ao orgulho, sua lealdade a Jesus confundida com uma certa vergonha da Cruz. De facto, o fruto do Espírito e as obras da carne, em maior ou menor grau, ficam inteiramente misturados. Isso, no entanto, desaparecerá quando ele alcançar um coração puro. Esta será a segunda obra da graça, precedida por uma consagração inteira, sendo um acto de fé, tal como foi com sua conversão.
(Samuel Logan Brengle) continua

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