CAPÍTULO 10
Este capítulo trata do mesmo assunto, mas de modo elegantemente diverso. Começa com a comparação de Israel a uma videira frutífera, mas corrompida por demasiada prosperidade, 1. Em seguida, reprova-os e os ameaça por sua idolatria, 2; anarquia, 3; e violação do pacto, 4. A sua idolatria é, então, alargada progressivamente e as suas consequências fatais são proclamadas em termos plenos de sublimidade e sentimento, 5-8. Agora Deus é introduzido a queixar-se da excessiva culpa deles; e a ameaçá-los com cativeiro, em termos portadores de uma alusão manifesta à sua idolatria favorita, à adoração da semelhança de um bezerro ou uma novilha, 9-11. Ao que o profeta, numa bela alegoria sugerida pelas metáforas anteriores, exorta-os ao arrependimento; e os adverte das consequências terríveis dos seus maus procedimentos, se insistissem obstinadamente neles, 12-15.
1. Israel é uma videira esvaziada. Ou, "uma videira que atira as suas uvas." Produz fruto. Ou, "Acumulou fruto para si mesmo." Fez mau uso das bênçãos de Deus para os fins da idolatria. Era próspero, mas a sua prosperidade corrompeu-lhe o coração. Conforme a abundância do seu fruto. Tornou-se idólatra na proporção da sua prosperidade; e, em proporção com a sua riqueza, foi a opulência das suas imagens e o elevado custo do seu culto a ídolos.
2. O seu coração está dividido. Eles desejam servir a Deus e a mamom, Jeová e Baal; mas isto é impossível.
4. Eles falaram palavras. Palavras vãs, vazias, enganosas. Jurando falsamente. Isto refere-se às alianças feitas com poderes estranhos, aos quais prometerem fidelidade, sem a intenção de serem fiéis.
5. Os moradores de Samaria serão atemorizados. De acordo com Calmet, adorarão os bezerros de Bete-Áven; os que Jeroboão estabeleceu em Betel. O temor é, muitas vezes, tido como reverência religiosa. O seu povo se lamentará. Ao ver o objecto de sua adoração levado em cativeiro, assim como eles mesmos. E os seus sacerdotes. Kemarim. Os sacerdotes de Samaria, diz Calmet, são aqui chamados kemarim, isto é, "capas pretas" ou “gritadores," porque eles faziam clamores estrondosos ao apresentarem seus sacrifícios.
6. Um presente ao rei Jarebe. Veja no capítulo 5: 13. Se isto for um nome próprio, a pessoa em causa não é conhecida na história; mas é mais provável que Pul, rei da Assíria, seja a pessoa que se tem em vista, a quem Menaém, rei de Israel, parece ter dado um dos bezerros de ouro, para garantir a sua assistência.
7. O seu rei é desfeito como a espuma. Tão facilmente como um assopro de vento leva a espuma que é formada em baixo, por uma queda de água, assim serão extirpados os reis de Israel. Já vimos que nada menos do que quatro deles pereceram por assassinato, num tempo muito curto. Veja no capítulo 7: 7.
8. Os lugares altos. Templos de ídolos. De Áven. Bete-Áven. O espinho e o cardo crescerão sobre os seus altares. Devido ao facto de a terra e os lugares de seu culto aos ídolos ficarem incultos e desertos depois de todo o povo ser levado para o cativeiro. E dirão aos montes: Cobri-nos; e aos outeiros: Caí sobre nós. "Nosso Senhor tinha em vista esta sublime descrição de medo e aflição, Lucas 23: 30, que pode ser uma referência e não uma citação. No entanto, a Septuaginta, no Códice Alexandrino, tem a mesma ordem de palavras que ocorre no evangelista" (Newcome).
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