segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Livro de OSEIAS

        Oseias, filho de Beeri, é o primeiro dos profetas menores. Este profeta viveu no reino de Samaria; consequentemente, suas profecias, na maior parte, têm uma perspectiva desse estado, embora haja também algumas coisas peculiares que dizem respeito ao reino de Judá.
        Lemos, na introdução da sua profecia, que ele profetizou sob os reis de Judá, Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e sob Jeroboão II, rei de Israel.
        São Jerónimo e muitos outros acreditam ser Oseias o mais antigo profeta cujos escritos estão em nosso poder; ele foi testemunha do primeiro cativeiro das quatro tribos levadas da terra por Tiglate-Pileser e da extinção do reino de Samaria por Salmaneser. Os primeiros versos do capº. 1 têm um panorama da morte de Zacarias, rei de Israel e filho de Jeroboão II. A partir do verso seis do primeiro capítulo até ao terceiro capítulo encontramos uma profecia do cativeiro de Israel; mas, depois de ter predito esse cativeiro, declara o fim dele e o retorno. Ele invectiva fortemente contra as desordens que prevaleciam no reino das dez tribos. Parece que no seu tempo havia ídolos; não só em Dan, Betel e Samaria, mas também em Gilgal, no cume do Tabor, em Siquém, Berseba, e nas montanhas de Gileade. Ele fala dos israelitas como de um povo inteiramente corrompido, cuja medida dos pecados estava já cheia; ele prediz que os seus bezerros de ouro seriam derribados, atirados ao chão e levados para a Assíria.
        Ele reflecte, com a mesma severidade, sobre as irregularidades que reinavam em Judá. Ele levanta-se contra aqueles que iam adorar os falsos deuses a Gilgal. Fala da invasão dos territórios de Judá por Senaqueribe. Prediz que o povo de Judá ainda deveria continuar algum tempo no seu território, após o cativeiro das dez tribos; mas que, após isso, eles mesmos também seriam levados em cativeiro para além do Eufrates, de onde o Senhor os traria de volta, após um determinado número de anos.
        No início da profecia de Oseias, lemos que o Senhor o conduziu a "tomar para si uma mulher de prostituições e filhos de prostituição;" ou seja, a casar-se com uma mulher que, antes de se casar, tinha vivido uma vida de devassidão, mas que, após o casamento, haveria de apartar-se de toda a conversação perversa e cujos filhos seriam legitimados, não obstante o facto que, em razão da desonra que a mãe deles havia adquirido por sua vida antiga, foram chamados "filhos de prostituições." Esta mulher prostituta e os filhos que haviam de nascer dela eram uma figura e uma espécie de profecia real que descreveu a idolatria e infidelidade de Samaria e das dez tribos, anteriormente a esposa do Senhor, mas que, depois, se tornou idólatra e corrupta.
        Os filhos desta mulher infiel são filhos de prostituição, uma vez que imitam a idolatria da sua mãe. Deus dá a estas crianças os nomes de Jezreel, "Deus vai dispersar;" Lo-rechamah, ou "Sem misericórdia;" e Lo-ammi, "Não és mais meu povo;" para mostrar - (1) Que Deus ia vingar na casa de Jeú, rei de Israel, os pecados que ele tinha cometido em Jezreel, quando ele usurpou o reino das dez tribos. (2) Que o Senhor trataria o Seu povo idólatra e pecador sem piedade. (3) Que Ele os rejeitaria, e nunca mais olharia para eles como Seu povo.

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