sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

CAPÍTULO 6:1-15

        Dario o Medo, que sucedeu a Belsazar no reino da Babilónia, tendo ouvido falar da sabedoria e inteligência extraordinárias de Daniel, o constituiu chefe dos três presidentes que estavam sobre todo o império, e tencionava também nomeá-lo primeiro-ministro ou vice-rei, 1-3. Esta grande predilecção do rei por um estrangeiro de origem judaica, e que tinham sido levado cativo para a Caldeia, suscitou a Daniel um grande número de inimigos; e os presidentes e príncipes até imaginaram um plano para o arruinar, 4-15; o qual teve sucesso até ao ponto em que ele foi lançado na cova dos leões, mas foi miraculosamente livrado, 16-23. Dario, que ficara muito desagradado consigo mesmo por ter-se deixado apanhar na armadilha dos governadores das províncias para prejudicar o seu fiel ministro, ficou satisfeito e espantado perante este livramento; puniu os inimigos de Daniel com o mesmo tipo de morte que haviam concebido para o profeta; e decretou que, em todos os seus domínios, se tivesse a maior veneração pelo Deus de Daniel, 24-28.
        1. Cento e vinte príncipes. Um chefe ou sátrapa sobre cada província, que pertencia ao império Medo-Persa. Mais tarde encontramo-lo ampliado para 127 províncias, pelas vitórias de Cambises e Dario Histaspes. Veja Ester 1:1.
        2. Três presidentes. Cada um tendo 40 desses presidentes sob sua responsabilidade, para prestarem-lhe conta da sua administração. Daniel era o primeiro. Porque foi colocado sobre a parte onde estava a sede do governo. Ele foi confirmado por Dario nos seus cargos.
        3. O rei tencionava colocá-lo sobre todo o reino. Pretendia fazê-lo grão-vizir. Esta parcialidade do rei fez com que Daniel se tornasse o objecto do antagonismo dos outros presidentes, e dos grandes do reino.
        4. Procuravam achar ocasião contra Daniel. Mas eles não encontravam nenhuma mancha na sua administração, pois ele era fiel ao seu rei; o que era uma virtude. Mas ele também era fiel ao seu Deus; o que eles esperavam constituir em crime e tornar a causa da sua ruína.
        7. Qualquer que fizesse uma petição. Que pretexto poderiam invocar para uma ordenança tão néscia? Provavelmente, para lisonjear a ambição do rei, eles pretendiam fazer dele um deus por trinta dias, para que todo o império fizesse oração e súplica a ele e prestar-lhe honras divinas! Esta era a isca; mas o objectivo verdadeiro era destruir Daniel.
        10. Ora, quando Daniel soube que o edital fora assinado. Ele viu qual era o desígnio e sabia a quem servia. Estando abertas suas janelas. Ele não as fecharia para se esconder, antes "ajoelhava-se com o rosto voltado para Jerusalém, e orava três vezes no dia, dando graças a Deus, como de costume." Quando os judeus se encontravam em países distantes, ao orar, viravam o rosto para Jerusalém; e, quando em Jerusalém, viravam o rosto para o Templo. Salomão, em sua oração na dedicação do Templo, 1 Reis 8:48, tinha suplicado a Deus para ouvir as orações daqueles que estivessem em terras estranhas, ou em cativeiro, quando voltassem a face para a sua própria terra, que Deus dera a seus pais; e para a cidade que Ele tinha escolhido, e a casa que fora dedicada ao Seu nome. Foi em referência a isto que Daniel virava o rosto para Jerusalém, quando orava.
        14. O rei ... ficou grandemente indignado consigo mesmo. E com justa razão, pois, por um imenso disparate seu, aprovara uma lei que, por seu objectivo ostensivo, seria uma desgraça até para um imbecil. E pôs seu coração em Daniel. Ele lutou por todos os meios para anular a lei. Tinha falado, sem dúvida, com vários de seus grandes em privado, e ido de um para outro, até o pôr do sol.
        15. Então aqueles homens juntaram-se. Tendo obtido respostas favoráveis, como se pode presumir, de muitos indivíduos, ele convocou um parlamento; mas agora juntaram-se para colectivamente forçar a execução da lei, não a sua revogação.

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