sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Daniel, o Profeta

CAPÍTULO 4

        Nabucodonosor, depois de subjugar todos os países vizinhos e de enriquecer e adornar grandemente o seu próprio, ficou tão embriagado com a sua prosperidade, a ponto de atrair sobre si mesmo um juízo muito notável, do qual este capítulo dá um relato particular, nas próprias palavras do decreto ou proclamação que o monarca babilónico emitiu, ao ser restaurado ao trono. Este documento de estado começa com o reconhecimento, por parte de Nabucodonosor, da mão de Deus na sua recente enfermidade, 1-3. Em seguida, dá conta do sonho de Nabucodonosor, que pressagiava a perda de seu reino e da sua razão por sete anos, por causa do seu orgulho e arrogância, 4-18. Assim Daniel o explicou, 19-27, e assim foi confirmado pelo acontecimento, 28-33. Em seguida, relata como, no final do período fixado pelo Deus do céu para a duração da sua enfermidade, o monarca Caldeu ficou convencido da sua dependência do Ser Supremo e levantou ao céu os olhos, num reconhecimento fervoroso da soberana majestade do Rei dos reis, o Governador da terra, cujo domínio, unicamente, é universal, imutável e eterno, 34-37.
        1. O rei Nabucodonosor, a todos os povos. Este é um decreto regular e um dos mais antigos inscritos nos anais da história e, sem dúvida, foi copiado dos documentos de Estado da Babilónia. Daniel conservou-o na língua original.
        2. Pareceu-me bem tornar conhecidos. Uma parte do decreto foi um recital das maravilhas operadas pela mão do Deus verdadeiro sobre o seu reino e sobre a sua pessoa.
        4. Eu ... estava sossegado. Eu estava de regresso ao meu palácio na Babilónia, depois de ter subjugado a Síria, a Fenícia, a Judeia, o Egipto e a Arábia. Provavelmente, foram estas grandes conquistas que o incharam com orgulho e trouxeram sobre ele esta punição, que ele descreve mais tarde.
       10. Vi ... uma árvore. Esta visão, diz Nabucodonosor, o fez ficar com medo. Quanta misericórdia há no facto de que Deus escondeu de nós o futuro! Se ele mostrasse a cada homem o destino que está diante dele, a miséria da raça humana seria completa. Grandes homens e príncipes são, muitas vezes, representados, na linguagem dos profetas, sob a semelhança de árvores; ver Ezequiel 17: 5-6; 31:3, etc.; Jeremias 22: 15; Salmo 1:3; 37:35.
       13. Um vigia e um santo. Ambos são anjos, mas, de acordo com os oráculos caldeus, de ordens diferentes. Aparecem, de acordo com suas próprias declarações, para ser uma espécie de juízes dos actos humanos, juízes esses que tinham o poder de determinar as penas dos homens; ver vers. 17.
       14. Cortai a árvore. Como a árvore era para ser cortada, ordenou-se aos animais a fugirem de debaixo dos seus ramos. Os seus cortesãos, os funcionários, todos o abandonaram, mal apareceu a sua insanidade; mas ele fugiu logo da comunidade dos homens.
       15. Deixai o tronco. Ele não é para ser destruído, nem o seu reino transferido.
       16. Seja mudado o seu coração. Que ele pense que é uma besta e aja como tal, pastando entre os animais do campo. Passem sobre ele sete tempos. Ele deve continuar neste estado durante sete anos.

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