SANTIFICAÇÃO VERSUS CONSAGRAÇÃO
"Espera no Senhor, anima-te, e Ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor. " (Salmo 27:14).
O esperar em Deus esvazia-nos a fim de que sejamos cheios. Poucos são os que esperam até serem esvaziados e por isso é que tão poucos são cheios. Poucos aguentarão as sondagens do coração, humilhações, tensões, ridicularizações de Satanás quando ele indaga -: "Onde é que está o seu Deus agora?" Quantas indagações e cochichos de descrença estão envolvidos no esperar em Deus! Daí o serem poucas as pessoas que, na compreensão, são homens e mulheres em Cristo Jesus e pilares do templo de Deus.
Jesus ordena aos discípulos dizendo -: "Permanecei na cidade até que do Alto sejais revestidos de poder" (Lucas 24:49). Aquela deve ter sido uma grande restrição imposta a um Pedro irrequieto e impulsivo; ele, porém, aguardou com seus irmãos. Eles clamaram a Deus, sondaram seus corações, esquecendo-se de seus temores e dos governantes irados que haviam morto seu Senhor, esquecendo-se também de suas invejas, ambições egoístas e diferenças infantis, até que exauriram de todo amor-próprio, bondade própria e confiança própria e seus corações tornaram- como de um só homem, sendo que mostraram ter um único desejo e uma fonte consumidora e forte por Deus. Subitamente Deus veio - veio em poder, em fogo, veio para purificar, limpar e santificar a todos completamente e habitar em seus corações tornando-os audaciosos na presença de seus inimigos, humildes diante do sucesso, pacientes nos conflitos e perseguições ardentes, firmes e inabaláveis embora diante de ameaças, chibatadas, aprisionamento, alegres apesar de sós, destemerosos e triunfantes em face da morte. Deus os fez sábios para ganhar almas e os encheu com verdadeiro espírito do Mestre, até que - pobres homens humildes como eram - fizeram com que o mundo passasse por uma reviravolta e nenhuma glória tomaram para si mesmos ao conseguir isso.
Assim, santificação é o resultado não só de dar, mas de receber também. Daí estarmos sob uma obrigação tão solene - a de receber o Espírito Santo e ser cheios do Espírito - como a de entregar-nos a Deus. E se não formos cheios imediatamente, não devemos supor que a bênção não é para nós e, na descrença subtil e caçoísta, cruzar nossos braços e parar de vez com nosso clamor a Deus. Pelo contrário, deveríamos clamar ainda mais, sondar as Escrituras para obter luz e verdade, sondar e humilhar-nos, tomando o lado Divino contra a descrença, contra nossos próprios corações e o Diabo, nunca desmaiar até que consigamos o Reino dos Céus por violência, declarando-nos Ele -: "Ó homem, ó mulher, grande é a tua fé; faça-se isso conforme tu queres".
Deus ama ser compelido. Deus quer ser compelido. Deus será compelido pela oração importuna e fé dos seus filhos. Imagine que Deus muitas vezes fica triste, desapontado e zangado connosco mesmos, tal como o profeta ficou com o rei que somente deu três flechadas quando deveria ter dado meia dúzia ou mais, porque pedimos tão pouco e tão facilmente nos voltamos sem a bênção que professamos querer, ficando satisfeitos tão depressa com um pequeno conforto quando é o próprio Consolador que necessitamos.
Samuel Logan Brengle (continua).
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