"Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. Todavia, depois que eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galiléia. Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: ainda que todos se escandalizem de ti, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. Respondeu-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos. " (Mateus 26:31-35).
Suspeito que haja muitos Pedros entre os discípulos actuais de Jesus; muitos, em nossas próprias fileiras que, no passado - quando começaram a seguir a Cristo - juraram que fariam o que o Espírito Santo lhes ditasse através de sua consciência; prometeram também que morreriam por Ele e queriam dizer isso mesmo; discípulos que, vindo as provas, esqueceram-se de seus votos, negaram a Cristo por palavras e actos e deixaram que fosse novamente crucificado - e sozinho.
Lembro-me de ocasião semelhante em minha própria experiência há anos, antes mesmo de ter entrado para o Exército de Salvação, já depois de ter sido santificado. Não foi um pecado de comissão, mas de omissão - deixei de fazer algo que, assim senti, o Senhor queria que eu fizesse. Era uma coisa fora do comum, mas não irrazoável. A sugestão para agir veio subitamente e parecia que todo o Céu se inclinava sobre mim para me abençoar se eu obedecesse; ao contrário, o Inferno ameaçava engolir-me, se não o fizesse. Não disse que não o faria, mas parecia-me que não havia possibilidade - e não o fiz. Como me humilhei e como chorei lágrimas amargas, rogando perdão e prometendo a Deus que seria fiel! Senti que Deus me havia dado uma oportunidade que eu mesmo deixara passar, que a mesma não mais voltaria e que nunca mais seria o homem poderoso de fé e obediência que poderia ser se tivesse sido obediente. Prometi então a Deus que faria a mesma coisa e cheguei a fazê-la várias vezes, porém a bênção real não veio sobre mim. Deste modo, Satanás aproveitou-se de mim, tentando-me e acusando-me por meio de minha própria consciência até que a vida passou a ser um fardo intolerável para mim. Por fim senti que havia entristecido ao Espírito Santo para sempre e que estava perdido; assim, lancei longe o meu "escudo da fé, pondo de lado minha confiança no amor de Cristo por mim, e, por vinte e oito dias sofri - assim me pareceu - as dores do Inferno. Orava ainda, porém os Céus pareciam ser como que de metal. Lia minha Bíblia, porém as promessas voavam para longe de mim, enquanto que os mandamentos e as ameaças eram como que chamas de fogo e espada de dois gumes para minha consciência ferida. Quando chegava a noite, ansiava pelo dia; durante o dia, ansiava pela noite. Ia às reuniões, porém bênção alguma chegava a me atingir. A ira Divina parecia seguir-me e no entanto, através de tudo, constatava que Deus é amor. Satanás tentou-me a cometer pecado, amaldiçoar a Deus e a morrer, tal como a esposa de Jó aconselhou-o a fazer. A graça e a misericórdia de Deus, no entanto, seguiam-me e me ajudavam a dizer "não", declarando ao Diabo que eu não cometeria pecado e que, ainda que fosse para o Inferno, iria para lá amando a Jesus e procurando fazer com que outros obedecessem e confiassem n'Ele e que no Inferno mesmo declararia que o Sangue de Jesus pode purificar de todo o pecado. Pensei que estivesse liquidado. As passagens terríveis que se encontram em Hebreus 6 e pareciam ajustar-se perfeitamente a meu caso, sendo que disse a mim mesmo -: "Perdi a minha oportunidade para todo o sempre. Porém o amor de Deus é -:
"Mais vasto que o mundo
Inda mais alto que os céus."
Inda mais alto que os céus."
Samuel Logan Brengle (continua).
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