ALGO DO QUE DEUS ME TEM FALADO
"E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou, juntamente com ele... " (Colossenses 2:13).
Muitas vezes tenho orado, como o fez o Salmista real - : "Vivifica-me, segundo a Tua palavra". No entanto, quer tenha sentido uma vivificação imediata ou não, fui a Ele, busquei-O e, bendito seja Ele! encontrei-O. "Buscai e achareis".
Assim é que, antes de encontrar a Deus na plenitude de Seu amor e mercê, os obstáculos devem ser removidos, os "fardos" e "os pecados que tão facilmente nos assaltam devem ser deixados de lado e o ego arrasado na cidadela de suas ambições e esperanças.
O jovem de hoje tem ambição. Deseja ser uma autoridade de destaque se entrar na vida política. Deve ser multimilionário se entrar na vida de negócios e almeja ser logo bispo se entrar para a Igreja.
A paixão governante em minha alma, aquela que por anos ansiei mais do que pela santidade ou mesmo o Céu, era a de fazer algo e ser alguém que ganhasse a estima, compelindo a que homens de alto nível de instrução me aplaudissem. "Tal como o anjo deslocou a junta da coxa de Jacob, fazendo com que dali por diante coxeasse nessa parte - a mais forte do corpo - assim também Deus, com o fito de santificar-me inteiramente e "levar todo o pensamento ao cativeiro em obediência a Cristo", deslocou e humilhou-me em minha propensão governante, a mais forte paixão de minha natureza. Por vários anos, antes que Deus me santificasse de todo, sabia existir tal experiência. Orei a "torto e a direito" pela mesma e por todo o tempo sentia fome e sede por alguma coisa que eu mesmo não sabia bem o que era. A santidade em si mesma parecia ser algo desejável, porém vi clamante então, o que tenho observado desde que recebi a bênção, que com ela veio a cruz e um conflito irreprimível com a mente carnal de cada ser humano com quem me encontrasse, quer este confessasse ser Cristão ou declarasse ser pecador, quer culto e intelectual ou um pagão rudimentar e ignorante; e isso quase que instintivamente eu sabia que obstruiria meu caminho para a estima e aplauso de outras pessoas cuja boa vontade e admiração eu valorizava. E no entanto, tão subtil é o engano de um coração não santificado que então eu mesmo não teria reconhecido isso, ainda que agora esteja persuadido de que a falta de vontade de tomar essa cruz foi por anos o inimigo atroz que obstruía os portões contra a entrada do Santificador desejoso e sempre na expectativa. Por fim ouvi um evangelista de renome, um ganhador de almas, dar uma mensagem acerca do baptismo do Espírito Santo. Disse então de mim para comigo -: "É isso mesmo que preciso, que tanto desejo; necessito alcançá-lo!" Comecei, então, a buscar e orar por isso, com um pensamento secreto durante todo o tempo em meu coração, o de que eu também me tornasse um grande ganhador de almas, sendo visível ao mundo. Busquei isso com sinceridade considerável; Deus, erguendo assim o temor do Senhor em meu coração e, ao mesmo tempo, intensificando a minha fome espiritual. Chorei e orei, procurando ao Senhor a fim de baptizar-me com o Espírito, imaginando-me porque Ele não o fazia. Num certo dia li as palavras de Paulo -: "Que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (1 Coríntios 1:29).
A esta altura vi o inimigo do Senhor - o ego. Lá estava o ídolo de minha alma - o anseio apaixonante e consumidor de glória - não mais escondido e nutrido nas câmaras secretas de meu coração, mas descoberto diante do Senhor, tal como Agag diante de Samuel. As palavras - "que ninguém se vanglorie em Sua presença" - constituíram a "Espada do Espírito" que varou de um lado a outro ao ego, mostrando-me que nunca poderia ser santificado e receber o baptismo do Espírito Santo enquanto acariciasse secretamente o desejo de honrarias que provêm do homem e não procurasse "a honra que provem só de Deus". Aquela palavra veio com poder e, desde então, e até agora não mais tenho procurado a glória deste mundo. Enquanto, porém, não mais procurei a glória deste mundo, esse mesmo princípio poderoso, dentro de mim, ainda teve que ser mais descoberto e destruído, a fim de que fizesse com que perdesse a pouca glória que possuía, ou mesmo imaginava possuir, ficando satisfeito em ser contado entre os "loucos" por Cristo.
Samuel Logan Brengle (continua)
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