sábado, 17 de abril de 2010

ANDANDO NA LUZ - 1 João 1:7

SANTIFICAÇÃO VERSUS CONSAGRAÇÃO

"A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." (Colossenses 3:16).

A outra classe[das duas classes de pessoas que professam consagrarem-se a Deus mas que na realidade são mais consagrados a um tipo de trabalho do que a Deus mesmo]pode ser chamada com justeza de "caçadores de desgostos". Procuram sempre algo difícil para fazerem. Acreditam na necessidade contínua de estarem "no buraco".
Tal como os sacerdotes de Baal, cortam-se a si mesmos - não seus corpos, porém suas mentes e almas; dão seus pertences para alimentar os pobres, dão seus corpos para serem queimados, e no entanto isso nada lhes adianta (1 Coríntios 13:3). Gastam-se a si mesmos em trabalhos duros. Não é a alegria que desejam e sim o desgosto. Julgam sua aceitação de Deus, não pela presença alegre do Confortador íntimo que torna o jugo suave e o fardo leve, mas sim pela quantidade de tristeza que estão dispostos a aguentar ou têm já aguentado; não são felizes, temem que não estejam salvos, a não ser que haja algum sacrifício para eles fazerem, o que produzirá neles o tormento mais estranho. Morreram mil mortes, porém ainda não estão mortos. Sua religião não consiste em "justiça, paz e gozo no Espírito Santo" e sim em persistência, resolução e tristeza.

Tais pessoas, porém, não fazem na realidade maiores sacrifícios do que as pessoas santificadas - dão, sim, mais alarde do que realizam. Não estando mortos, ficam feridos em se submeterem a Deus e no entanto sentem-se compelidos a fazerem isso. Tão pouco são maiores as suas tristezas do que as das pessoas santificadas - são, sim, de um tipo diferente e surgem de uma raiz diversa também. Têm desgosto e tristeza por causa dos sacrifícios que têm que fazer, enquanto que a pessoa santificada conta tudo isso como alegria, por amor a Jesus. No entanto, têm tristeza contínua, pois que as tristezas e os "ais" de um mundo estão sobre seu coração e, se não fora o conforto e simpatia que Jesus lhe dá, seu coração por vezes seria quebrantado. Ainda assim, essas pessoas são boas e fazem o bem. Deus as abençoe! O que precisam, no entanto, é uma fé que santifica (Actos 26:18), que, através da operação do Espírito, matá-los-á e os colocará para sempre fora do desgosto, trazendo gozo e paz a seus corações cansados, de maneira tal que em novidade de vida podem beber do rio dos prazeres Divinos e nunca mais ter sede, fazendo todo o tipo de sacrifícios por amor de Jesus,com toda a alegria.

O que precisamos, então, é santificação, aquilo que Deus deseja que tenhamos e o que o Espírito Santo mesmo está instando a que alcancemos. É um modo de fé infantil que recebe tudo quanto Deus tem para dar, e o perfeito amor que alegremente devolve tudo a Deus; o caminho que guarda a alma da indolência Laodiceana, a vida fácil em um sentido, e, de outro sentido da escravidão dura e fria; um caminho de paz íntima, gozo e vida espiritual abundante, em que a alma, sempre precavida contra seus inimigos, não é tomada pelo sucesso e tampouco levada pelo desânimo, não se mede a si mesmo pelos outros, nem se compara a outros mas, olhando para Jesus, restringe-se a seus próprios afazeres, andando pela fé, confiando n'Ele para cumprir - à hora certa - todas as promessas preciosas e imensas de Seu amor.
Samuel Logan Brengle.

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