quarta-feira, 28 de abril de 2010

ANDANDO NA LUZ - 1 João 1:7

ALGO DO QUE DEUS ME TEM FALADO

"Cada um administre aos outros o dom, como o recebeu, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que , em tudo, Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder, para todo o sempre. Amem." (1 Pedro 4:10 e 11).

Essa visão humilhou-me grandemente. O que fazer, não sabia. Por fim, veio-me à mente que - tal como eu havia confessado o exame falso - assim também eu agora deveria permanecer de pé diante das pessoas e confessar de igual modo o roubo do esboço a que me referia. Isso na realidade "descascava" minha consciência, deixando-me em agonia indescritível. Por três semanas lutei com esse mesmo problema. Argumentei o assunto comigo mesmo, roguei a Deus que me mostrasse se isso era de Sua Vontade e frequentes vezes prometi-Lhe que o faria, somente com a intenção de deixá-la a um canto de meu coração. Por fim, contei o que acontecia a um amigo íntimo. Ele me assegurou que isso não vinha de Deus, dizendo que iria pregar em uma reunião de reavivamento naquela mesma noite usando material que ele próprio havia conseguido de um sermão de outra pessoa. Cobicei sua liberdade, mas isso não me trouxe alívio algum. Não podia livrar-me desse meu pecado; tal como David, ele "estava sempre diante de mim".

Certa manhã, enquanto ainda nesse estado de espírito, peguei um livrinho sobre religião experimental, esperando conseguir alguma luz, quando - ao abri-lo - o primeiro assunto sobre o qual meus olhos caíram foi confissão. Fiquei num beco sem saída. Minha alma parou subitamente; não podia ver mais adiante. Queria morrer e naquele instante meu coração foi quebrantado em meu íntimo. "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito". E, das profundezas de meu coração quebrantado, meu espírito conquistado disse para Deus -: "Farei isso". Tinha-o dito antes com meus lábios, porém agora dizia-o com meu coração. Então, Deus falou directamente à minha alma não através de palavras impressas e visíveis a meus olhos, mas por Seu Espírito, em meu coração. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça" (1 João 1:9). A primeira parte daquele perdão eu a conhecia, porém a última cláusula acerca da purificação era algo de novo para mim. Nunca me lembrara de ter ouvido isso antes. A palavra tinha poder e eu coloquei a cabeça entre minhas mãos, dizendo -: "Pai, creio nisso." Então, veio à minha alma um grande sentimento de descanso e eu sabia estar. Naquele instante "o Sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, purificou minha consciência de obras mortas para servir ao Deus vivo." (Hebreus 9:14).

Deus não requereu de Abraão que matasse a Isaque; tudo quanto desejava era um coração disposto. Assim também não requeria que eu confessasse ao povo o que havia feito. Quando meu coração estava disposto, varreu completamente tudo aquilo de meu íntimo e me libertou completamente do temor escravizador. Meu egoísmo tinha ido embora. Deus sabia que agora eu não seguraria nada, de modo que encheu minha alma com paz e me mostrou que "o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" (Romanos 10:4) e que a vontade íntegra de Deus podia ser totalizada em seis palavras -: "a fé que actua pelo amor" (Gálatas 5:6).

Pouco tempo depois disso, corri ao quarto de meu amigo com o livro emprestado. No momento em que seus olhos caíram sobre mim, ele disse -: "Que há? Será que algo aconteceu a você?" Minha face testemunhava de um coração puro, antes que meus lábios o dissessem. Entretanto, logo estes seguiram e até o dia de hoje continuaram a testemunhar disso.
Samuel Logan Brengle (continua)

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