CLAMANDO A DEUS
"Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes." (Jeremias 33:3).
Nada é mais remoto às pessoas prudentes e judiciosas do que a realidade abençoadora de que há uma fonte secreta de poder e vitória no clamor e louvor a Deus.
Muitas vezes o Diabo joga um "feitiço" sobre aqueles que não poderia ser quebrantados ded outro modo. Subjugados por um tal "feitiço", muitas almas honestas, que poderiam estar em perfeita e contínua liberdade, se tão somente ousassem olhar de frente o Diabo e exclamar - "Glória a Deus!" - andam de um lado para outro lamentando seus dias debaixo da acção do "feitiço". Congregações inteiras, até, frequentemente poderão ficar sob essa acção malfazeja. Em seus olhos pode-se notar algo de vago, indiferente, inquieto. Não há atenção, nenhum sentimento de expectativa. Sobre eles há uma estagnação rígida e a "seriedade da morte". Deixe-se, porém, que um homem baptizado pelo Espírito, com um peso de glória em sua alma bendiga ao Senhor e o "feitiço" será quebrado. Os outros poderão, pois, voltar à sua razão, despertar e recordar-se onde estão, começando a esperar que algo aconteça.
O clamor e louvor a Deus é para a salvação o que a chama é para o fogo. Pode ser que haja fogo muito quente e útil sem labareda, porém só quando irromperem as chamas é que ele se torna irresistível e varre tudo quanto está diante de si. Assim também pode ser que haja pessoas muito boas, tendo uma certa medida de Salvação, porém só quando chegam a ficar cheias do Espírito Santo é que irromperão em bendizer louvores a seu glorioso Deus a qualquer hora do dia ou da noite, tanto em particular como em público, sendo que sua salvação torna-se irresistivelmente atraente.
Certas pessoas clamam de modo tão terrível como o barulho de um carro vazio rodando sobre paralelepípedos, ou como o estalar de cartuchos secos. É só barulho. Sua religião consiste mais em zunido. Há, porém, outros que aguardam a Deus nos lugares ocultos, que procuram Sua face de todo o seu coração, que murmuram em oração com grande ansiedade de conhecer a Deus em toda a Sua plenitude, a fim de verem o Seu Reino chegar com poder, que clamam pelas promessas, que investigam a Palavra de Deus e meditam nela até ficarem cheios de Suas Verdades e até que sua fé seja aperfeiçoada. O Espírito Santo, então, desce com pressão sobre eles como um peso eterno de glória que os impele a dar graças, passando a ter efeito quando clamam. Cada um dos cartuchos está bem cheio e, por vezes, seu clamor será como o de uma grande arma que tem a velocidade e o poder de uma bala de canhão.
Um de meus velhos amigos de Vermont fez-me, certa vez, a seguinte observação - a de que "Quando entrava em uma loja ou estação de estrada de ferro, sentia o lugar cheio de demónios e a atmosfera abafava sua alma até que ele clamasse; depois disso, todos os demónios iam-se embora, a atmosfera era purificada e ele se sentia dono do lugar, podendo dizer e fazer "tudo quanto quisesse". A "Maréchale" escreveu uma vez - "Nada pode encher a todo o Inferno com desânimo do que um demónio imprudente e audacioso clamando fé". Nada pode se interpor diante de um homem que tenha um clamor genuíno em sua alma. A terra e o Inferno fogem dele e todo o Céu o rodeia para auxiliá-lo a enfrentar suas batalhas.
Samuel Logan Brengle (continua).
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