NECESSIDADE DA CONVERSÃO
D - Salvar os homens no pecado, seria ir contra a honra de Deus, que assim mostraria amor ao pecador e ao mesmo tempo ódio ao pecado. Por isso, todo aquele que invoca o nome do Senhor deve afastar-se de toda a iniquidade, e todo aquele que põe a sua esperança em Cristo, como Cristo, tem de ser puro, doutro modo pareceria que Cristo favorece o pecado (2 Timóteo 2:19; Tito 2:12; 1 João 3:3). O Senhor Jesus quer que todos saibam que o facto de perdoar o pecado, não quer dizer que o proteja. Se o santo David disse: «Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade» (Salmo 6:8) e fechou-lhes as portas (Salmo 101:7), que tenho a esperar da santidade de Cristo? Seria para Sua honra admitir os cães à mesa, ou consentir em que o seio de Abraão fosse um ninho de víboras?
E - Salvar os homens no pecado, seria ir contra os Seus predicados. Deus exaltou-O para ser Príncipe e Salvador (Actos 5:31). Se salvasse os pecadores obstinados, actuaria contra estes atributos. Todo o bom rei castiga os malfeitores e recompensa os que praticam o bem. «Ele é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal» (Romanos 13:4). Ora se Cristo, favorecendo a maldade, levasse para o Céu os que a praticam, faltaria, sem dúvida, a um dos seus predicados. Mas os Seus inimigos têm de ser subjugados. Se os acolhesse, como manter de pé o Seu poder real? Ora Cristo como rei, submete os corações e pode reduzir os homens à destruição (Salmo 45:5; Salmo 110:3). Qual dos monarcas admitiria na corte os mais figadais inimigos? Não seria arriscar a vida, o reino e o governo, e até a nação inteira? Se Cristo é Rei, honra, homenagem e sujeição Lhe são devidas. Ora salvar os homens na sua natural inimizade, seria obscurecer a dignidade de Cristo, que perderia assim a autoridade e veria desprezado o Seu governo.
Não sendo verdadeiro Príncipe, também não poderia ser Salvador, porque a salvação é de natureza espiritual. O Seu nome é Jesus, porque salva o Seu povo do pecado (Mateus 1:21). Ora se o salvasse no pecado, não seria Senhor nem Jesus. Salvar o homem do castigo e não do poder do pecado não seria digno dum perfeito Salvador. Ele é o Libertador que desviará de Jacob as impiedades (Romanos 11:26). Foi enviado para abençoar os homens e desviá-los das suas maldades (Actos 3:26), e acabar com o pecado (Daniel 9:24). Como, pois, salvar os homens sem se converterem? Seria destruir os Seus desígnios e faltar aos Seus predicados.
- Joseph Alleine
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