domingo, 30 de maio de 2010

UM GUIA SEGURO PARA O CÉU

MISÉRIAS DOS QUE NÃO SE CONVERTEM

Mas vou agora tocar a trombeta dos juízos de Deus, para lhe ler a sentença, julgando talvez que daí se vá seguir uma modificação completa? Não me compreenderia! Ou vou melodiosamente cantar-lhe o cântico de Moisés e do Cordeiro? Nem se mexeria, talvez! E se o afagasse com outras melodias alegres do Evangelho suaves convites e cordiais promessas? Nada o afectaria!

Que fazer então? Mostrar-lhe o lago a arder em fogo e enxofre? Abrir-lhe a caixa daquele precioso nardo que enche o mundo inteiro com o seu perfume e esperar que por ele seja atraído? Ai! os pecadores são como os ídolos mudos que «têm boca mas não falam, olhos e não vêm, orelhas e não ouvem, nariz e não cheiram, têm mãos mas de nada lhes servem: pés e não andam». Insensíveis a tudo o que é espiritual!

Mas vou experimentar, embora sabendo que talvez não seja sucedido, porque, apesar de escolher as minhas setas na aljava de Deus e de as dirigir ao coração, não as sentirá. Como, se é insensível? (Efésios 4:19). Embora a ira de Deus permaneça sobre ele e ainda o peso fenomenal dos seus pecados, nada o moverá. Numa palavra, é uma alma morta num corpo vivo, sendo a carne como árvore infrutífera, duas vezes morta (Judas 12).

Qual o caminho então a escolher neste assunto que me propus tratar? Quem fará abalar um coração de pedra, ou pôr em movimento um esqueleto sem vida? Que Deus seja capaz de fazer das pedras filhos de Abraão, que ressuscite os mortos,, que remova montanhas, que da rocha faça brotar água pura, de tudo Ele é capaz, porque é omnipresente e omnipotente. É por isso que dobro humildemente os joelhos diante do Altíssimo, e como o Salvador orou junto do túmulo de Lázaro, ou a Sunamita correu para o profeta a implorar pelo filho morto, assim eu vos leve nos braços da oração até àquele Deus, que é o vosso auxílio e a vossa esperança.

«Ó Todo-Poderoso Jeová, que tendes as chaves da morte e do Inferno, compadecei-vos das almas que aqui estão sepultadas, afastando a pedra do túmulo e dizendo como a Lázaro: vinde cá para fora. Iluminai estas trevas, ó Luz inacessível, e que uma nova aurora visite as regiões tenebrosas dos mortos, a quem me dirijo; vós podeis abrir os olhos que a morte fechou. Restitui o ouvido às orelhas que formaste, dizendo-lhes: Effatha, e elas abrir-se-ão. Que os olhos desses mortos apreciem as vossas belezas, e todos os sentidos, ao mesmo tempo que conheçam os vossos favores, sintam o peso da vossa ira, enquanto se não convertem. Que o teu servo possa ainda assistir à transformação deste vale de ossos secos e sem vida, num potente exército ao serviço do Senhor».
- Joseph Alleine (continua)

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