sexta-feira, 25 de junho de 2010

UM GUIA SEGURO PARA O CÉU

INDICAÇÕES AOS QUE NÃO SE CONVERTEM
           (continuação)
BREVES PALAVRAS A USAR POR UM PECADOR AINDA NÃO REGENERADO PELA GRAÇA DA CONVERSÃO

     Ah! que miserável eu sou! Que condição a minha, devido ao pecado! Vejo que o coração me enganou até agora, fazendo-me crer que era razoável a minha condição. Sei que não passo dum homem perdido, perdido para sempre, a não ser que o Senhor venha em meu auxílio! Oh! os meus pecados! Como me sinto tão impuro, ó Senhor! Para Ti, devo ser mais asqueroso do que o mais asqueroso dos vermes num cadáver em putrefacção! Oh! que abismo de pecado é o meu coração, que eu supunha possuir as melhores qualidades e virtudes. Senhor, como me sinto completamente corrompido em todo, todo o meu ser! O meu coração não pensa senão na maldade do pecado! Sinto um ódio e uma aversão tal pela virtude, que só me inclino para o vício! O meu íntimo é um abismo de corrupção, infestado de pensamentos, palavras e acções pecaminosos! Que peso me atormenta a alma! A cabeça, o coração, o espírito todos os meus membros estão repletos de pecado. Por toda a parte o pecado! Aflige-me, atormenta-me! Ai de mim! Os meus credores assaltam-me e apoderam-se de mim aos milhares. É que é infinita a soma das minhas dívidas. Resmas e resmas de papel, escritas por dentro e por fora, são insuficientes para indicar a infinidade de pecados que cometi contra um só dos mandamentos de Deus. Que infelicidade a minha, perante esta multidão de pecados! Crimes de lesa-Majestade contra o Céu, a merecer maior castigo que a traição contra um ser humano! E quem é o ofendido? O Deus omnipotente!
      Volto a pensar nos meus pecados! Oh! quem os poderá contar! Males inumeráveis me circundaram; que iniquidades me assaltaram, como inimigos figadais! Mil vezes melhor ter contra mim todos os regimentos do Inferno do que os meus pecados a dilacerarem-me a alma! Que espectáculo este, meus Deus! Tantos assaltantes a assediarem-me de todos os lados, por dentro e por fora, a apossarem-se das minhas faculdades e a entrincheirarem-se dentro da minha pobre alma, para desse reduto poderem defender-se contra o Deus que me criou.
Joseph Alleine (continua)

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