quarta-feira, 30 de junho de 2010

UM GUIA SEGURO PARA O CÉU

MOTIVOS PARA A CONVERSÃO
  (continuação)
      Conheces bem a história do Filho Pródigo. Estou a ver o velho pai, esquecido dos seus afazeres e até dos anos, a correr para a porta e a receber o filho! A misericórdia é que é a causa de tanta pressa. Por isso o pecador não se preocupa! Estou a ver o palpitar daquele coração, os suspiros daquela alma! Que amor tão sublime! A misericórdia espreita-o de longe; esquece a vida passada, a revolta, a ingratidão, e recebe-o de braços abertos, lança-se ao seu pescoço, beija-o. Mais ainda: mata o vitelo mais gordo, enfia o melhor vestido, põe o mais rico anel, calça os mais luxuosos sapatos, em suma, o que há de mais rico e luxuoso. A alegria é imensa e mal pode conter-se no seu peito. Outros serão chamados a participar.. Os amigos não faltam e congratulam-se, mas nenhum sente a mesma alegria que o pai, com a vinda desse filho considerado morto. Parece-me que estou a ouvir a música a distância. Oh! quão melodiosas as canções dessa música celeste! E não a posso aprender! (Apocalipse 14:3). Pelo menos consigo distinguir o estribilho desse coro harmonioso, entoando em uníssono estas palavras: «o meu filho estava morto, e ei-lo aqui vivo. Estava perdido e encontrei-o!» Não é preciso comentar mais a parábola. Deus é o Pai. Cristo as provisões; a Sua justiça o vestido, a Sua graça os ornamentos., os ministros os santos e os anjos, e os amigos os seus servos; e tu, leitor amigo, se quiseres arrepender-te: o filho pródigo, que será bem-vindo à casa paterna, e alvo daquelas demonstrações de alegria e de amor.
      Ó rochedo, porque não te moves ainda? Porque não te resolves a mudar de vida e a ir ao encontro daquela misericórdia infinita que te aguarda desde a eternidade? Vou tentar mais uma vez. Se um morto ressuscitasse, escutá-lo-ias? Ouve então esta voz que te aconselha o arrependimento: «Rogo-te, pois, que o mandes a casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento: se algum dos mortos fosse ter com eles arrepender-se-iam» (Lucas 16:27-28,30). Repara bem, meu amigo, como das chamas do Inferno os mortos se levantam para te incitarem à penitência, à conversão, ao arrependimento! Olha esse poço sem fundo! Vês como sobem as labaredas dos tormentos que ali se passam? Que dizes àquele ambiente de trevas? Queres ali ficar, para sempre, naquele fogo devorador, no meio de vermes que para sempre te atormentarão? Que te parece esse oceano de perdição? De certo que não é essa a morada que desejas escolher para toda a eternidade. Ora escuta o que se passa lá dentro: maldições, blasfémias, choros e lamentos das loucuras cometidas em vida. Ouves rugidos e ranger de dentes? Que miséria! Que infelicidade! Se os gritos de Coré, Datan e Abiram, fizeram fugir todo o Israel, quando a terra se abriu para os tragar (Números 16:33,34), o que seria, se Deus permitisse que se ouvisse os clamores dos condenados no Inferno? E o pior de tudo é que esses lamentos se perpetuarão pela eternidade fora, sem esperança de salvação!
      Pois fica sabendo que tens o destino traçado e ali será a tua morada, se não te converteres!
      Que mais poderei dizer-te, depois de tantos argumentos que te apresentei? A conversão é o que há de mais prudente, mais justo, mais racional neste mundo. O contrário é uma loucura, um absurdo! Suplico-te novamente, uma vez que suponho desejares a salvação, que leias e medites nos seguintes conselhos, além dos muitos que pudeste verificar através deste livro, para te convencer ao arrependimento e à conversão.
- Joseph Alleine

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