domingo, 27 de junho de 2010

UM GUIA SEGURO PARA O CÉU

Breves Palavras A Usar Por Um Pecador Ainda Não Regenerado Pela Graça Da Conversão
(Continuação)
   Ó minha alma, julgas bem continuares assim? Tens algum pacto ou aliança com o Inferno e com a morte? Tens prazer na tua miséria? Interessa-te ficar por aqui? Ai! não sei que fazer! Continuar nos caminhos pecaminosos? Se por aqui é certa a minha condenação, porque é que na minha insensatez vou entregar a alma ao Inferno, por um pequeno nada, por um ligeiro prazer, por um leve conforto, só para deleite da carne? Viverei ainda muito tempo nesta maldita situação? Não, se me demoro muito, desfaleço no caminho. E não haverá esperança de socorro? Nenhuma, a não ser que volte atrás. Mas haverá remédio para semelhante situação? Misericórdia e perdão para tão provocante iniquidade? Sim, tão certo como Deus ser Deus que obtenho perdão, se hoje, com sinceridade e sem reservas, me entregar solenemente a Cristo.
      Pelo que te agradeço com toda a humildade do meu coração, ó misericordioso Jeová, já que na Tua paciência esperaste por mim até hoje, e se não modificasses a minha situação, eu estaria perdido para sempre. Adoro, pois, a Tua graça; aceito a oferta da Tua misericórdia; renuncio a todos os meus pecados, e pela Tua graça, decido fazer-lhes guerra, e seguir-Te em santidade e em justiça, enquanto tiver um sopro de vida.
      Mas quem sou eu, Senhor, que assim me atrevo a chamar por Ti? Quem sou eu, que assim pretendo partilhar da Tua felicidade? Que sou eu, que nem sequer sou digno de beijar o pó dos Teus pés? Mesmo que empunhes o Teu ceptro, atrevo-me a vir tocá-lo. Desesperar seria desacreditar a Tua misericórdia; afastar-me, quando me convidas a aproximar-me seria revoltar-me contra Ti, sob a pretensão de humildade. Por isso me inclino perante a Tua Majestade, e com a maior gratidão possível, Te aceito como meu Deus, para que Tu me tomes como Tua criatura. Serás o  meu Soberano, o meu Rei, o meu Deus. Do alto do Teu trono ver-me-ás inclinado para Ti, adorando-Te e cultuando-Te. Serás a minha herança, em Ti finalmente descansarei.
      Chamas por mim, mas oxalá pudesse receber-Te convenientemente. Mas sou indigno, Senhor, eternamente indigno de Ti. Mas já que assim o quiseste, livremente te entrego o meu coração. Toma-o; é Teu. Assim é muito melhor. Coloca-o nas Tuas mãos, pois és o único capaz de o transformar, moldando-o a Teu gosto, santificando-o, tornando-o humilde, celestial, brando, terno, flexível e por fim gravando nele a Tua lei.
- Joseph Alleine (continua)

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